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ECONOMIA | BC: R$ 34 bilhões para os especuladores do dólar e aumento do roubo do país com a dívida

quarta-feira 13 de junho de 2018 | Edição do dia

A tendência de desvalorização do real frente ao dólar faz com que seja elevado o preço de vários produtos que consumimos. Isso está acontecendo devido a determinações internacionais, como a tendência a aumento dos juros nos EUA e outros imperialismos que faz capitais saírem de países emergentes rumo ao imperialismo. Mas além disso também acontece porque o Brasil está sendo alvo de intensa especulação do mercado financeiro. Uma especulação que tem como objetivo influir nas eleições para garantir o máximo de ataques nos próximos anos, ganhe quem ganhar.

Muito mais que “subserviente”, o Banco Central é um agente deste processo de saque do país. É parte interessada em garantir que ocorra a mais agressiva Reforma da Previdência que for possível e que continue o saque do país, por isso pressionam com especulações no dólar, na dívida, na taxa de juros. Assim que se entende a atuação do Banco Central querendo aplacar a raiva do mercado com injeções de bilhões como calmantes, com compras de títulos da dívida em situações desfavoráveis, produzindo nova dívida de curto prazo para tentar abaixar os juros que o mercado está cobrando em sua dívida de longo prazo. Tentando traduzir: é como se você devesse a um banco algo que ele quer cobrar mais juros daqui a um ano porque você está com pouco dinheiro na conta corrente agora, e para não pagar esse juros alto daqui a um ano você vai em um agiota para melhorar sua conta-corrente. Resolve o juros de longo prazo mas você ficou ainda mais refém. Algo completamente sem sentido, não é? A não ser que o sentido seja o que é efetivamente garantido pelo Estado: entregar mais e mais recursos aos capitalistas.

Três dias de intervenção do Banco Central colocando dólares futuros à venda e o real segue estacionado em R$ 3,70. Foram dados de bandeja US$ 9,25 bi e o Banco Central já autorizou queimar outros 15 bilhões de dólares até sexta-feira. Fortunas estão sendo entregues aos especuladores do câmbio e enquanto isso eles pressionam para aumentar os juros da dívida pública que estão em suas mãos. Está em curso um acelerado processo de roubo do país.

Apesar dos bilhões entregues o “mercado” pressiona a taxa de juros querendo que aumente quanto que conseguem ser remunerados e sangrar o país. A taxa Selic estipulada pelo Banco Central está em 6,5% mas o mercado já está cotando os títulos com vencimento em 01/07/19 em 8,07 (24% acima).

Brincando de alimentar uma besta faminta com muitas cabeças o BC, alimenta uma cabeça com bilhões de reais para abaixar o dólar futuro e suas outras cabeças especulam nos juros, querem de uma maneira ou outra aumentar o saque do país. Um saque que tem como média gastar R$ 1 trilhão do país ao ano com a dívida, valor que equivale a remunerar absurdos 266 milhões de professores que recebessem o salário mínimo do DIEESE (cerca de R$ 3.900,00 mil).

O Banco Central é utilizado explicitamente para enriquecer banqueiros. Ele e o Tesouro Nacional escolheram que uma nata de bancos tem o monopólio de empréstimos avalizados pelos juros da SELIC e os mesmos bancos tem o monopólio da dívida pública. Toda dívida de longo prazo passa pelas mãos de 12 bancos, e estas escolhem quando a colocam à venda olhando se os preços no mercado estão favoráveis ou não.

É isso que está acontecendo agora. O BC atua explicitamente a favor dos capitalistas estrangeiros e seus sócios nacionais. Este grande “balcão de negócios” e de pilhagem do Brasil é conduzido pelos próprios beneficiários da negociata.
O Banco Central é presidido por Ilan Goldfjan, sócio e economista-chefe do Itaú. Colocar a condução da economia nas mãos dos banqueiros não é um privilégio do golpista Temer, o PT fazia o mesmo, nomeando Henrique Meirelles ex-funcionário do BankBoston no governo Lula, e depois Levy, funcionário do Bradesco na Fazenda, como fez Dilma.

A sangria dos recursos do país é estrutural e vem aumentando ano a ano, agora frente as turbulências eleitorais promete aumentar. Como também promete-se aumentar a entrega de recursos aos donos da dívida e do dólar. Frente a dilapidação dos recursos nacionais, não há um programa alternativo que não o combate aos capitalistas e aos imperialistas, por isso o Esquerda Diário lançou uma campanha pelo Não Pagamento da Dívida Pública que seja um ponto de partida para lutar pela nacionalização de todo sistema bancário e monopólio do comércio exterior sob controle dos trabalhadores, única maneira de sustar o roubo e colocar as riquezas do país à serviço da maioria da população e não de magnatas do jet set New York-Paris-Dubai.


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