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Aumento da Carestia: Arrocho de Salários e Aumento da Cesta Básica

Nos últimos 12 meses, o preço da cesta básica aumentou em 14% em 14 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Além disso, as negociações coletivas tiveram resultados inferiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicando resultados baixíssimos. Esse dado se deve ao cenário de avanço dos ataques desse governo combinado à política de trégua das centrais sindicais CUT e CTB, em que não mobilizam os trabalhadores nem potencializam suas greves. Isso resulta no aumento da carestia, arrocho salarial, na prática: menos comida na mesa.

segunda-feira 28 de junho de 2021 | Edição do dia

Nos meses de 2021, 58% dessas negociações salariais ficaram abaixo da inflação, representando um aumento de salário que não acompanha o poder de compra do trabalhador, não sendo um aumento real de salário. Além disso, o aumento dos itens da cesta básica são alarmantes, pois seguem em alta desde o início da pandemia, tendo um aumento de 14%, com o seu maior preço em Porto Alegre, em que a cesta básica custa R$636,96, muito acima da quantia absurda de R$250,00 que o governo paga de auxílio-emergencial. O que acontece, na prática, é que o trabalhador consegue comprar cada vez menos itens da cesta básica com o mesmo salário ou mesmo com o salário ajustado.

Para se ter uma ideia no nível de carestia que esse governo impõe aos trabalhadores, uma pessoa que recebe 1 salário mínimo - considerando que um terço do total da força de trabalho do país recebe até um salário mínimo, segundo dados de 2019 - é obrigada a gastar 54% do seu salário para comprar uma cesta básica. Esses dados são desesperadores e demostram que o projeto de país do golpe de 2016, que é levado à frente por esse governo bolsonarista, serve para atacar cada vez mais os trabalhadores, buscando preservar os lucros dos poderosos.

Sobretudo em meio a uma pandemia mundial esse projeto de país mostra à quem serve: aos capitalistas, Bolsonaro, Mourão e seus amigos banqueiros e empresários. Com cada vez mais mortes por covid que poderiam ser evitadas, esse governo coloca milhões de trabalhadores abarrotados em ônibus, sem garantia nenhuma de proteção contra o vírus, contra o desemprego e a fome. Esses capitalistas jogam milhões de pessoas na miséria para pagar a fraudulenta dívida pública que, todos os anos, consome enormes parcelas da verba nacional para encher os bolsos dos poderosos. Para isso, esses governantes capitalistas aplicam ataques cada vez piores como a reforma da previdência, a reforma trabalhista e, agora, a reforma administrativa que Bolsonaro quer passar. Também, privatizam e precarizam tudo o que podem, como a Eletrobras, e seguem a passos largos para privatizar muitas outras empresas estatais, com inclusive Lula anunciando a preparação da privatização da Caixa Econômica Federal caso seja eleito em 2022, comprometendo-se a dar continuidade ao projeto de país do golpe.

Além disso, nesse cenário desolador, o governo paga um auxílio emergencial de insuficientes R$250,00 e passa MPs como a 936 e a 1045 que permite a redução dos salários, ou mesmo a suspensão deles, de trabalhadores de empresas privadas durante a pandemia. Em meio a isso, as centrais sindicais, durante toda a pandemia, não mexeram um dedo para mobilizar os trabalhadores num plano de lutas contra os ataques, por condições de saúde e proteção para toda a força de trabalho. A CUT e a CTB, que dirigem uma imensa massa operária pelo país, não fortalecem a luta dos trabalhadores, muito pelo contrário, enfraquecem-na, sobretudo hoje, canalizando toda a potência dos atos do dia 29M e 19J para as eleições de 2022. Isso só mostra que a política delas é a da conciliação de classes, colocando-se à serviço dos interesses dos capitalistas, com os quais Lula governará junto e atacando os trabalhadores, caso seja eleito.

Por isso, os trabalhadores podem confiar unicamente na força da sua mobilização, sem acreditar que Lula será a solução em 2022. Assim, é necessário que as centrais sindicais CUT e CTB, junto das centrais estudantis como a UNE, convoquem uma paralisação nacional, construindo assembleias de base nos locais de trabalho e estudo. Somente com a força organizada dos trabalhadores, em conjunto com os estudantes, é possível barrar o desemprego, a fome e os ataques.




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