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DESEMPREGO | Aumenta o desemprego, será que os “bicos” e trabalhos precários são uma solução temporária?

Na pesquisa do IBGE da PNAD Contínua o desemprego atingiu 8,9% no ano de 2015, os empregos com carteira assinada (formais) caíram mais do que os empregos informais. Desde o começo de 2015 o governo Dilma vem pedindo para “apertarmos o cinto” e os bicos e empregos sem carteira assinada tem sido uma saída, mas o que está tentando ser implementado é uma nova modelo pro trabalho no Brasil.

quinta-feira 17 de março de 2016 | 02:30

Desde 2012 o IBGE vem acompanhando a tendência do trabalho no Brasil, acompanhando principalmente o número de pessoas ocupadas em qualquer tipo de trabalho e os salários que elas obtém. Em 2015 absurdos 2,64 milhões de trabalhadores deixam de ter qualquer tipo de emprego, um aumento de 41% no número de desempregados em um ano. Hoje no Brasil são 9,09 milhões sem trabalho.

Ao mesmo tempo, os 92,274 milhões que continuam empregados não tem as mesmas condições de antes, em média estão recebendo 2% a menos do que em 2014. Essa queda de 2% em 2015 é fruto dos aumentos nas contas da casa, da alimentação e do transporte, mas só não houve uma piora tão grande porque os trabalhadores estão fazendo “bicos” e trabalhos em piores condições.

Um dos setores que puxou o aumento do desemprego foi a indústria, onde foram fechadas 1,06 milhão de vagas, quase metade dos novos desempregados vem do fechamento de vagas num setor que corresponde por 14,5% dos empregos e, historicamente, onde os trabalhadores sempre foram muito fortes para defender seus direitos. O setor informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas também demitiu fechou 910 mil vagas no ano de 2015.

Enquanto isso os outros setores tiveram um aumento de sua participação no emprego, são eles: o comércio, serviços de saúde, educação e públicos, serviço doméstico, transporte, alimentação e alojamento, construção, agricultura e outros. Esses setores tem historicamente uma média salarial menor, além de diversas condições que vão desde a organização sindical até o cotidiano do trabalho que permitiram maiores ataques e perda de direitos trabalhistas.

O petismo quer transformar esse novo perfil em algo permanente

Esse novo perfil do trabalho já vem sendo apontado por economistas do governo como Marcio Pochmann, que sustenta a ideia de “desindustrialização relativa”, o economista reafirmou essa tese numa conferência na segunda-feira, um dia antes do lançamento dos dados do IBGE Também do PT, Tarso Genro, aponta soluções para o novo perfil do trabalho que buscam solidificar a precarização e a terceirização do trabalho. Em artigo no livro “Austeridade para Quem?”, lançado no Instituto de Economia no início de março, o ex-governador do Rio Grande do Sul afirma que “Brandir apenas a velha CLT da Revolução Industrial, (...), é um suicídio anunciado”.

Nas palavras dizem defender com “unhas e dentes” a CLT, mas na ação o PT vem negociando a diminuição do poder dos sindicatos nas estatais, o famigerado PPE nas indústrias e tem lavado as mãos para o que seus aliados do PMDB vem fazendo com os servidores no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro.

Nos planos de Tarso Genro a terceirização e os trabalhos precarizados teriam uma outra legislação, separada da CLT. Como o próprio ex-ministro da Justiça de Lula afirma: “No mundo real, [a terceirização] ‘desintegra’ ainda mais o trabalhador da empresa e bloqueia ainda mais fortemente os últimos vestígios de uma restauração social-democrática, porque o espírito coletivo, capaz de gerar resistências e demandas, fica mais fragilizado.”. Ou seja, mesmo constatando que a terceirização divide os trabalhadores e enfraquece sua organização, insiste-se que sequer o trabalhador terceirizado terá os mesmos direitos de um efetivo, imagine então as dificuldades de organização para resistir ao desemprego e a crise econômica desses trabalhadores.

Para combater as demissões das indústrias e o aumento da precarização os trabalhadores tem que marchar juntos, como [o Esquerda Diário vem levantando, precisamos de um movimento nacional contra os ajustes e a crise política, divididos entre efetivos e temporários ou CLTistas efetivos e terceirizados os trabalhadores terão dificuldade em se organizar. Depois de mais de uma década no poder o PT impôs um ajuste fiscal violento, além de propor uma maior divisão dos trabalhadores, cumpriu um papel de dividir os trabalhadores que já está sendo utilizado para aprofundar os ajustes. No cenário turbulento que se encontra a política nacional só um movimento que articule os trabalhadores na luta contra o ajuste tendo como perspectiva avançar sob essa democracia que os ricos governam poderá dar uma saída para a crise.




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