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DA TOMÉ S.A. | Audio de patrão assediando operários em Caxias do Sul viraliza nos grupos de WhatsApp

Em uma clara comprovação de assédio moral aos trabalhadores, inclusive com ameaças graves, audio de patrão da Tomé S.A. viraliza pelos grupos da cidade. Apresentamos aqui para denunciar a atitude da patronal.

sexta-feira 27 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Abaixo transcrevemos o audio, que pode ser ouvido ao final da matéria. O audio demonstra a brutalidade com que o patrão dessa fábrica trata os operários, sendo que a empresa vem atrasando o salário dos trabalhadores com frequência. Houve paralisações na fábrica, assim como em distintas empresas da região de Caxias do Sul.

A estratégia do patrão é de se utilizar do assédio moral violento para obrigar os trabalhadores a voltarem às máquinas, mesmo sem os salários em dia. Tal atitude configura um grave desrespeito à lei, uma vez que a Constituição prevê o direito de greve. O parágrafo 2, do artigo 6º, da lei nº 7.783 da Constituição Federal, diz "é vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.". O que foi que ocorreu neste caso senão um grave constrangimento ao empregado, obrigando-o a trabalhar? Um dado grave do audio são as ameaças, diretas e indiretas, que o patrão faz: desde ameaça de demissão, caso os trabalhadores não trabalhem mesmo sem a garantia do salário e uma ameaça indireta de morte, dizendo ao operário que ele não deveria se preocupar com o mês seguinte porque nem "sabe se vai estar vivo mês que vem".

Em meio à forte crise econômica, que os governos e os patrões estão querendo descarregá-la nas costas dos trabalhadores, como é o caso da Tomé S.A. que vem atrasando os salários, denúncias como essas são importantes e devem ser espalhadas. Veja a transcrição:

Patrão: “bom, pessoal, é o seguinte, quem é que não recebeu o salário aí levanta a mão”. Ele conta 8 e pergunta: “e o resto num tá trabalhando por quê? Se vocês receberam salário e tão parados, o que vocês querem da Tomé?” [resposta incompreensível] “vocês que receberam não tem obrigação nenhuma, porque tem alguém que não recebeu, então eu quero saber aqueles cara que eu já paguei e tão parado, merece ganhar por almoçar ou não?

Do fundo se ouve um operário perguntando: “o senhor pagou o atraso das conta do pessoal que recebeu segunda feira?

Patrão: “ninguém me apresentou. Escuta aqui, ouve o que eu vou falar, por favor, eu que to reunindo vocês, é eu que pago”.

Operário: “no caso não paga né, mas tudo bem…”. Outro diz: “paga atrasado

Patrão: “aqui o negócio é o seguinte, a situação não é fácil pra nenhum empresário que tá aí. Vocês fazem parte do setor metalúrgico, nós ramo sofrendo muito com a falta de serviço, é muito pouco, nós vendemos em são paulo as despesa são alta, nós até aqui honramo, hoje eu vou pagar, pago todo mundo, agora eu não vou pagar vocês parado aqui dentro [começa a elevar o tom de voz] e quem recebeu ou vai trabalhar ou sai, agora! porque eu paguei! aqueles que eu não paguei tem razão, o que eu pagueiou sai ou avo trabalhar, a decisão é de vocês, os outros eu me comprometo a conter o dinheiro até o fim da tarde porque o banco demora pra fazer os créditos, isso é uma responsabilidade minha. ou vão trabalhar ou vão embora, aqui não é hotel, não é nada, não vou pagar vocês parados, tá? A decisão é de vocês, ou vocês querem ajudar a empresa ou vocês não querem. Se é pra ajudar, eu tive uma ocasião que tive um problema com a randon que pediu concordata eu fiz uma reunião igual a essa, quem quer ficar com a tomé e ajudar a sair dessa crise que nós tamo, fica! se não pode passar pro departamento de pessoal, porque o juiz tá me pedindo pra mim reduzir o pessoal e eu vou fazer o que o juiz manda. tá ok moçada? eu não admito isso o que vocês tão fazendo

e o próximo mês… [incompreensível]”

se não recebeu, tem razão, se não recebeu eu to pagando e eu peço desculpas que eu não paguei porque ontem eu paguei 154 mil da luz pra não cortar.

mas desculpa não ajuda em nada”, diz o operário

bom, esse é o problema meu”, se esquiva o patrão.

ah, o problema é seu agora?”, operário diz em tom de ironia.

Patrão berra novamente: “to dizendo que a fábrica é minha e se vocês querem trabalhar eu pago se não sai de dentro da minha fábrica

Um operário lá de trás pergunta: “próximo mês o pagamento vai tá lá o dia certinho?

Patrão começa a berrar em tom de ameaça: “hoje vai! por quê? qualé o problema? Próximo mês só deus sabe, tu nem sabe se vai tá vivo o próximo mês rapaz

só fiz uma pergunta educada”, disse o operário tranquilamente.

Ah! Fica quieto! Vai lá ver, nem o estado não pagou” berrou o patrão novamente.

Vocês acham tão fácil assim? Procura outro emprego, se é melhor que a Tomé. Agora vagabundo aqui dentro não fica”, falou o patrão

"Ah o senhor tá chamando nós de vagabundo agora?", pergunta o operário.

"ah sim, se receberam e não fizeram nada é mais que vagabundo, é sem vergonha.", diz o patrão.

"que interessante!", finaliza o trabalhador.

Ouça o audio:




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