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ATENTADO TURQUIA | Atentado com bombas deixa ao menos 41 mortos no aeroporto de Istambul

O atentado é o mais mortal a atingir a maior cidade turca desde 2003 e o quinto em um ano. De acordo com o chefe de governo, os três autores chegaram de táxi ao terminal internacional do aeroporto.

quarta-feira 29 de junho de 2016 | Edição do dia

Armados com fuzis AK-47, os três trocaram tiros com policiais antes de se explodirem, por volta das 21h50 (15h50 em Brasília). O primeiro se explodiu no saguão de desembarque, enquanto os outros dois na entrada do embarque.

O governo afirma que ao menos 13 mortos são estrangeiros. Cinco sauditas e dois iraquianos, além de cidadãos da China, Jordânia, Tunísia, Uzbequistão, Irã e Ucrânia, estão entre as vítimas.

O governo atribuiu a ação de ontem - assim como os atentados contra a esquerda curda nos últimos meses, com centenas de mortos - ao Estado Islâmico. Porém, diferentemente do que ocorre em outros países, o EI não reivindicou a maioria dos ataques a ela imputados pelas autoridades turcas.

O porta-voz do governo tratou de impor uma interpretação fatalista aos fatos, afirmando que os mortos eram "mártires". O presidente emitiu um comunicado dizendo que os ataques poderiam ter acontecido em qualquer cidade do mundo.
Não obstante, os meios de comunicação nacionais e internacionais documentaram em repetidas ocasiões que o governo do AKP, presidido por Recep Tayyip Erdogan, desempenhou papel chave no fortalecimento de grupos extremistas armados na Síria, inclusive com relações com o governo, para atacar as posições do povo curdo ao sul da Turquia.

Os atentados perpetrados pelo governo turco contra a esquerda curda, o mais grave deles em Ankara, onde morreram 103 pessoas, foi usado como instrumento pelo governo tanto para fazer propaganda contra o Estado Islâmico, quanto para perseguir seus rivais ou antagonistas políticos. Há alguns dias mobilizou 6000 agentes de polícia para reprimir a jornada do Orgulho Gay. O Exército continua devastando bairros inteiros nas províncias curdas, com armas e bulldozers.

Somente seis horas depois do massacre, os vôos voltaram à normalidade. O governo do AKP segue alimentando a violência na Turquia, e o panorama político e social do país parece assemelhar-se cada vez mais com o do seu vizinho, a Síria.




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