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ARGENTINA | Assembleias da Suteba exigem paralisação nacional a Ctera contra a repressão na Terra do Fogo

Ontem pela tarde aconteceram assembleias em toda a província de Buenos Aires convocadas pela direção provincial. A esquerda impulsionou o debate sobre a repressão do governo de Bertone/FpV

quinta-feira 2 de junho de 2016 | Edição do dia

As assembleias estavam convocadas para discutir a participação na mobilização que já haviam anunciado na televisão a central sindical CTA (Central dos Trabalhadores da Argentina) de Yasky e Micheli para essa quinta-feira (2) contra o ajuste, os tarifazos (aumento dos impostos e tarifas) e o veto à lei anti desemprego. Porém a repressão que sofreram os trabalhadores estatais e professores na Terra do Fogo mudou a agenda. A governadora Rosana Bertone da FpV (Frente para a Vitória) mandou desalojar o acampamento que os trabalhadores mantêm, que há mais de três meses enfrentam um brutal ajuste e o aumento da idade para conseguir se aposentar.

Como denunciou Nathalia González Seligra, secretária de Direitos Humanos do Suteba da cidade de La Matanza (Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Educação de Buenos Aires) e deputada eleita da Frente de Esquerda: “Como nas piores épocas da ditadura no nosso país, pela madrugada com gases lacrimogêneos, cassetetes, cachorros e dezenas de polícia antimotim reprimiram brutalmente e incendiaram as barracas, pondo em perigo a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras. Inclusive, como denuncia o sindicato dos professores de lá (Sutef), a polícia deixou uma companheira que sofria de epilepsia estirada no chão por mais de 20 minutos”.
A agrupação Celeste, que dirige a Suteba de Buenos Aires e a Ctera (Confederação dos Trabalhadores da Educação da República Argentina), se limitou a difundir um comunicado na internet onde solicitam ao governo nacional de Macri que arbitre os meios para resolver o conflito. Declarações para lavar as mãos sujas e evitar ações de luta contra um governo estadual que responde ao seu mesmo campo político, a Frente para a Vitória.

Desde a agrupação Marrom, na direção sindical das cidades de La Matanza, Tigre, La Plata, Quilmes e Ensenada e na oposição de diversos distritos da província, propomos que enquanto na Terra do Fogo mais de 25 sindicatos provinciais lutam em comum contra os ataques às suas condições de trabalho e social, as organizações sindicais que dizem representa-los têm a política criminosa de mantê-los isolados. Por isso a assembleia de Suteba La Matanza junto à proposta da agrupação Marrom, repudiou a direção da Ctera por não convocar nenhuma ação imediata contra a repressão e deixar isolados os professores na Terra do Fogo. O que a Ctera está esperando para convocar a greve geral? Tem que haver um novo Fuentealba para que decidam lutar junto aos milhares de professores a nível nacional e enfrentar decididamente o ajuste de Macri e dos governos provinciais? Onde ficaram as ameaças de greve geral se Macri vetasse a lei anti desemprego que ele finalmente concretizou? A repressão da FpV na Terra do Fogo requer medidas contundentes.

Nas assembleias de La Matanza, Tigre, La Plata e Ensenada a exigência a Ctera para que convoque uma paralisação nacional com mobilizações para que o repúdio ganhe as massas nas ruas e que seja uma bandeira de luta ganhou por ampla maioria. Do mesmo modo, se propôs marchar nessa quinta (2) em um bloco independente e comum das direções nacionais que exija uma greve geral junto aos lubrificadores industriais, Ademys, Sutna e representantes da Sutef.

Também votamos em participar massivamente das marchas do próximo dia 3 de junho pela campanha #NiUnaMenos, levantando a bandeira dos direitos das mulheres trabalhadoras, contra os assassinatos e violência às mulheres assim como o direito a educação sexual e o direito ao aborto livre seguro e legal.

Tradução: Artur Lins




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