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OPINIÃO | UERJ: Assembleia estudantil mostra disposição de luta apesar da não construção da mobilização pelo DCE, e da moderação da esquerda

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

sexta-feira 12 de junho de 2015 | 00:59

Ontem mais de 600 estudantes se reuniram na Concha Acústica na UERJ para realizar sua assembleia estudantil. Como tem sido em todas as últimas assembleias, esta foi convocada por centros acadêmicos e por setores da esquerda anti-governista. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) esteve na assembleia mas como nas outras ocasiões sem ter contribuído em nada na construção prévia do movimento. O DCE atua conscientemente para impedir o desenvolvimento desta mobilização que entra em choque com o reitor e o governo Pezão, aliado do PT que dirige esta entidade, e porque entre os estudantes mobilizados o DCE é rejeitado amplamente.

A assembleia debateu, novamente, se os estudantes deveriam entrar em greve imediatamente ou se deveriam votar novo indicativo de greve. Em nova votação acirrada, com a maioria da esquerda se posicionando somente pelo indicativo, venceu o indicativo. Muitos estudantes, sobretudo dos cursos que tem estado na linha de frente da mobilização como Serviço Social, Psicologia e Comunicação Social, o primeiro já está paralisado a quatro semanas, houve também longas paralisações no segundo e muitas atividades de mobilização no último. Muitos estudantes destes três cursos saíram muito frustrados com esta votação.

A falta de construção da mobilização por parte do DCE e o interminável adiamento da greve pela maior parte da esquerda está deixando os cursos mais mobilizados isolados e gerando indecisão nos setores pró-greve e pró-mobilização em toda a universidade, e como as votações acirradas tem mostrado os setores dispostos a entrarem em luta, apesar da esquerda, não são nada minoritários.

Com um indicativo de greve para daqui a duas semanas, praticamente coincidindo com as férias, a maioria das correntes da esquerda da UERJ está atuando conscientemente ou não como freio para o desenvolvimento da mobilização estudantil, e portanto para a defesa da universidade contra os cortes de Pezão e a repressão do reitor Vieiralves.

Diante deste cenário é preciso tirar lições da atuação do DCE e das correntes da esquerda para que construamos um verdadeiramente novo movimento estudantil, radical, democrático, pela base que queira assumir a linha de frente para defender a universidade dos ataques mas também para transformá-la radicalmente. A disposição de luta de centenas de estudantes na assembleia mostra que nem tudo está perdido, ainda há tempo de reverter este quadro e termos uma grande greve estudantil. Para isto é preciso tirar lições e atuar com decisão para que os próximos passos do movimento estudantil sejam o mais amplo e contundentes possível.

A primeira tarefa que temos pela frente é fazer da “comissão de mobilização nos cursos” que foi votada nesta assembleia algo real e ativo e não está paralisia de postergação da mobilização e da greve que está sendo imposta por política de vários dos principais grupos da esquerda na UERJ Maracanã, tais como RUA, PSTU e MEPR.

O primeiro teste que temos é fazer uma grande paralisação e manifestação no dia 17 de junho, uma das resoluções desta assembleia. Nesta data serão conhecidos os nomes dos estudantes que serão indiciados criminalmente. Um grande ato neste dia também conflui com um necessário movimento contra a redução da maioridade penal, que será votada em comissão do congresso na mesma data e com o movimento nacional em defesa da educação contra os cortes de Dilma e dos governos estaduais. Nesta mesma data está sendo chamada uma mobilização nacional, tal como votado no congresso da ANEL e é também chamado um ato por setores do movimento sindical das universidades.


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UERJ    Juventude



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