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Organizações de mulheres já convocaram mobilização no primeiro dia de mandato de Trump para resistir junto às minorias em defesa de seus direitos.

quinta-feira 17 de novembro de 2016 | Edição do dia

No dia seguinte à posse de Trump, ocorrerá nos Estados Unidos uma marcha nacional das mulheres. Essa convocatória, realizada com dois meses de antecedência ao início do mandato do próximo presidente, viralizou nas redes sociais com uma grande adesão em todo o país, e segue crescendo minuto a minuto.

O mesmo pode ser visto no Twitter, com as hashtags #WomensMarch e #notMyPresident, e no evento do Facebook, no qual poderão ser vistas as atualizações até o dia 21 de Janeiro. Cada estado dos Estados Unidos e numerosas cidades também têm sua própria página para aderir à convocatória.

Na mesma, as mulheres falam em defesa de todos os setores oprimidos e a declaram uma marcha inclusiva, dão as boas-vindas a todas as mulheres, aos homes e trans que queiram se somar à resistência em defesa de seus direitos. Por sua vez, rechaçam as declarações misóginas e contrárias aos direitos das mulheres e minorias, daquele que será o próximo presidente dos Estados Unidos.

Fontaine Pearson, uma das organizadoras da marcha, disse à CNN que essa mobilização tem o objetivo de visibilizar os problemas das mulheres, incluindo o assédio sexual e a discriminação no trabalho, já que esta “foi uma eleição muito difícil para muitas mulheres”, e acrescentou que essa mobilização será parte de um movimento de base mais ampla que espera desenvolver mais ações em todo o país.

A concentração foi chamada originalmente para Washington para marchar ao Capitólio e por esse motivo é esperada a chegada de milhares de pessoas, e mídias como a CNN e o New York Times já falam de uma convocatória de centenas de milhares, inclusive recomendam reserva em hotel com antecipação.

Os resultados das eleições nos Estados Unidos provocaram um terremoto a nível internacional e em território norte-americano, que despertou protestos massivos nas cidades mais importantes do país, por parte dos estudantes, dos afro-americanos e latinos e diversas comunidades. Donald Trump já anunciou medidas que vão atacar os direitos das mulheres, como o direito ao aborto, e as comunidades imigrantes, que estão gerando massivas respostas desde as bases, os movimentos sociais e a esquerda.

Esses anúncios de Trump fortalecem as legislações conservadoras que avançaram em vários dos estados mais conservadores, como o do Texas, sobre os direitos das mulheres em especial o do aborto, durante os dois últimos governos democratas de Barack Obama. Apesar de os Estudados Unidos terem reconhecido o direito ao aborto em 1973, sua medida prática depende da legislação vigente em cada um dos estados da nação.

Convocatória oficial – Organizadoras nacionais

Marcha das mulheres em Washington – 21 de Janeiro – 2017

Em 21 de Janeiro de 2017, vamos nos reunir em Washintong DC para assistir à Marcha das Mulheres. Nos unimos para nos solidarizar com nossas companheiras e nossos filhos para defender nossos direitos, nossa segurança, nossa saúde e nossas famílias; reconhecendo que nossas valiosas e diversas comunidades são a fortaleza de nosso país.

A retórica do ciclo eleitoral insultou, demonizou e ameaçou muitas de nós, mulheres, imigrantes de todos os status, aqueles com diversidade em sua fé religiosa, particularmente os muçulmanos, gente que se identifica como LGBTTQIA, povos originários e indígenas, gente negra, gente com deficiências, os setores mais pobres e as sobreviventes de abuso sexual. Nos enfrentamos com a questão de como avançar frente à preocupação e ao temor em nível nacional e internacional.

Com o espírito da democracia e para honrar os defensores dos direitos humanos, da dignidade e da justiça que nos antecederam, vamos nos unir com nossa diversidade para mostrar que nossa presença numérica é grande demais para ser ignorada. A marcha das mulheres em Washington enviará uma mensagem audaz à nova administração no primeiro dia de seu mandato, e ao mundo, que os direitos das mulheres são direitos humanos. Estamos unidas, reconhecendo que ao defender o mais marginal, defendemos a todos e todas nós.

Apoiamos os movimentos em defesa e resistência que refletem nossas identidades múltiplas e inter-relacionadas. Pedimos a todos os defensores dos direitos humanos que se unam a nós. Essa marcha é o primeiro passo para a unificação de nossas comunidades, fundada em novas relações, para criar mudanças desde as bases. Não vamos parar até que as mulheres tenham paridade e equidade em todos os níveis de liderança na sociedade. Trabalhamos pacificamente enquanto reconhecemos que não há paz verdadeira sem justiça e equidade para todos e todas. ESCUTE NOSSA VOZ.

Essa é uma marcha INCLUSIVA, e TODOS e TODAS os que apoiam os direitos das mulheres são bem-vindos.

POR FAVOR, COMPARTILHE, precisamos difundir a todos os lados! Há grupos se formando em CADA ESTADO, procura seu grupo local!

Precisamos especialmente de ANFITRIÃS e ORGANIZADORAS das comunidades marginalizadas para que este seja verdadeiramente inclusivo, por favor escreva se administrador estatal para participar! <3

Tradução: Vitória Camargo




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