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MATERIAL DO PÃO E ROSAS | As mulheres a frente contra a extrema-direita e o golpismo: por uma saída anticapitalista

Nesse 29 de setembro, as mulheres precisam estar a frente contra a extrema-direita e o golpismo: por uma saída anticapitalista, independente do PT e sua conciliação com os golpistas e os patrões

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

sexta-feira 28 de setembro de 2018 | Edição do dia

A força do movimento de mulheres em todo mundo é imparável. No Brasil, o ódio a Bolsonaro e seus discursos despertou um enorme ativismo nas redes sociais. Agora, querem usar a nossa disposição de luta, para em meio às eleições manipuladas pelo judiciário, encobrir a conciliação do PT com os golpistas, e não para enfrentar a extrema direita. Não podemos permitir!

Esse caminho já começava a se desenhar com o uso da hashtag #EleNão, que tentava desviar toda a discussão de combate a extrema direita para uma impotente estratégia eleitoral, fortalecendo a ideia de que contra Bolsonaro vale qualquer “mal menor” nas eleições, o que nesse momento significa #HaddadSim. Alckmin também decidiu entrar nesse movimento, fazendo muita demagogia com a luta das mulheres ao lado de sua vice Ana Amélia, latifundiária que defendeu o uso do chicote contra os manifestantes. Não podemos ter nenhuma dúvida que o PSDB e Ana Amélia, fiéis defensores do golpismo institucional e de todas as reformas contra a classe trabalhadora, jamais estarão ao lado das mulheres, já que em muitos pontos seu programa converge com o de Bolsonaro. Assim como a golpista Marina Silva, contra o direito ao aborto e financiada pelo Itaú e a motosserra de ouro Kátia Abreu. Também não defendemos Manuela D’Avila representante de uma política de conciliação com golpistas e capitalistas que vai significar a continuidade de ataques aos trabalhadores, como por exemplo a reforma da previdência que Haddad já prometeu.

Leia também: Querem usar o movimento de mulheres para encobrir a conciliação do PT com golpistas, e não pra enfrentar a extrema-direita

"Sem nunca ter apoiado o PT, nós do Pão e Rosas lutamos contra o golpe institucional em 2016, contra a prisão arbitrária de Lula e o veto à sua candidatura, contra a Lava-Jato e o autoritarismo judiciário nessas eleições manipuladas e contra todos os ataques e reformas do governo golpista de Temer. Sempre mostramos que foi o próprio PT que, ao governar com a direita, abriu espaço ao golpe institucional, ao autoritarismo judiciário e permitiu inclusive esse fortalecimento da extrema-direita que ataca as mulheres."
Maíra Machado, professora e candidata a deputada estadual em São Paulo

"Precisamos debater qual estratégia o movimento de mulheres vai adotar para enfrentar Bolsonaro e sua base de extrema direita que não vai sumir depois das eleições. A força para combater a extrema direita passa muito longe de se aliar com mulheres burguesas como Ana Amélia, Marina Silva e Kátia Abreu, como o PT e Manuela D’Avilla vem tentando fazer com sua tentativa de pacto nacional de conciliação, e como setores do movimento de mulheres e do PSOL defenderam para esse ato. Por isso, rechaçamos essa política que serve apenas para encobrir uma conciliação com golpistas tão escravistas quanto Bolsonaro. Nossa força está em nos organizarmos desde cada local de estudo e trabalho, com nossas irmãs e irmãos de classe."
Valéria Muller, estudante da UFRGS e candidata a deputada estadual no Rio Grande do Sul

"O fortalecimento da extrema-direita seguirá existindo, mesmo num eventual governo Haddad. A questão é que temos que ter clareza que uma extrema-direita que defende a ditadura militar não se enfrenta no voto. E menos ainda com votos em um suposto "mal menor", que já está dando todos os sinais de que quer governar com apoio dos golpistas reacionários do "centrão" e do PMDB que fizeram parte dos governos passados do PT, e talvez até mesmo com o golpista PSDB. Com essa pré-disposição a pactuar com os golpistas e o mercado financeiro, o PT já começa a deixar claro que estará de joelhos para os juízes, os militares e para a extrema-direita, fazendo os tão necessários ajustes contra a classe trabalhadora para manter os lucros dos capitalistas."
Flávia Valle, professora e candidata a deputada federal em Minas Gerais

"Bolsonaro irá tornar crime o aborto, incluindo as três causas hoje legalizadas. O PT governou durante 13 anos e rifou esse direito para as cúpulas das igrejas. Num país onde 4 mulheres morrem por dia, vítimas de abortos clandestinos, sendo que 3 são negras. Nós trabalhadores homens, precisamos estar ao lado das mulheres pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito."
Marcello Pablito, trabalhador da USP e candidato a deputado estadual em São Paulo.

"Nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, chamamos as mulheres que querem seguir a batalha contra este golpe institucional a exigir dos sindicatos e dos movimentos de mulheres a luta por uma proposta de emergência: uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que comece debatendo o não pagamento da dívida pública; a igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos e a efetivação de todos os terceirizados sem concurso público; a revogação de todas as reformas do governo golpista de Temer e dos governos anteriores; o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, e todas as nossas demandas. Para impor a vontade da maioria explorada e oprimida do país contra a minoria de parasitas que usa as instituições existentes para pactuar contra os nossos interesses. No capitalismo não existe mal menor para as mulheres, por isso batalhamos por essas ideias na perspectiva de um governo de trabalhadores que exproprie os grandes capitalistas e socialize os meios de produção a serviço das grandes maiorias."
Diana Assunção, fundadora do Pão e Rosas e candidata a deputada federal em São Paulo

Por isso, iremos construir blocos independentes nesse sábado e convidamos todas as mulheres e homens que compartilham dessas ideias, para construir esses blocos conosco, lutando contra Bolsonaro e a extrema direita sem ser massa de manobra da política petista de conciliação com os golpistas escravistas, defendendo uma saída anticapitalista para que sejam os patrões aqueles que paguem pela crise.

“As mulheres não podem deixar o PT usar nossa luta para conciliar com os golpistas”, declara Diana Assunção

Maíra Machado: “Precisamos de um bloco independente contra Bolsonaro, os golpistas e a conciliação petista”




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