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PEC 241/55 | As "medidas amargas" de Temer, defendidas em um doce jantar de luxo com senadores

Durante jantar de luxo oferecido aos senadores de sua base aliada na última quarta-feira (16) o presidente golpista Michel Temer tentou justificar os ataques de seu governo afirmando que a crise deve ser enfrentada com "medidas amargas".

quinta-feira 17 de novembro de 2016 | Edição do dia

Assim como na aprovação da PEC 241/55 na Câmara, Michel Temer ofereceu um jantar no Palácio da Alvorada para agradar os senadores de sua base aliada. Em discurso realizado no evento, Temer afirmou que, frente à recessão, muitas vezes é necessário tomar "medidas amargas". Assim ele tenta justificar as principais políticas que seu governo busca aprovar, reduzindo investimentos justamente naquilo que é mais básico à classe trabalhadora e à população pobre.

O diálogo do presidente golpista também mira na reforma previdenciária. Ele acredita que exista alguma "consciência nacional" sobre o quão indispensável é garantir a aprovação do tema. Logicamente ele se refere à consciência da burguesia, dos políticos corruptos e dos altos cargos do judiciário, que concordam com a necessidade de nos fazer trabalhar até morrer para garantir seus privilégios. Apesar disso ele prevê que a aprovação da reforma da previdência não se dará com tanta facilidade quanto a PEC. Por isso está disposto a conversar pessoalmente com ex-aliados de Dilma para garantir que este ataque seja aprovado sem provocar crises maiores entre os poderosos.

Através do golpe institucional Temer subiu ao poder no país justamente para aprovar essas medidas em ritmo mais acelerado do que os governos do PT vinham fazendo até então. Por trás de suas explicações genéricas de como essas medidas ajudarão o país a crescer está a necessidade de fazer jus à manobra que o levou ao poder, sem decepcionar os diferentes setores burgueses que atuaram para que isso se tornasse realidade, gerando uma enorme crise política no país e aprofundando a crise de representatividade que desde 2013 estremeceu as relações entre governantes e governados.

A lógica de Temer de primeiro tirar o país da recessão, depois, retomar o crescimento, e, por fim, gerar mais empregos, ilustra sua preocupação em produzir um cenário mais favorável às grande empresas e completamente desfavorável aos trabalhadores. Tirar o país da recessão, nos métodos propostos por Temer é justamente reduzir gastos públicos naquilo que é mais básico, além de privatizar setores estratégicos. Depois, retomar o crescimento às custa de um Estado mínimo, que oferece ainda mais precarização a quem precisa do SUS, da educação pública e de outros serviços, ao mesmo tempo em que privilegia os mais abastados e a iniciativa privada de conjunto. Por fim, a geração de empregos ainda mais precários a partir da implementação da reforma trabalhista, que coroa o projeto de país que Temer tem a tarefa de rascunhar em seus curto mandato a partir do golpe.

Porém, além do que restou da antiga base aliada do petismo na Câmara e no Senado, o governo golpista também tem como obstáculo uma grande disposição de luta, que se expressa principalmente nos estudantes. Essa disposição está nos milhares de jovens que ocupam escolas, institutos federais e universidades em diversos estados do país. Também esteve nas ruas no último dia 11, apesar das centrais sindicais ex-governistas como a CUT e a CTB preferirem manter a trégua ao governo e não organizar desde as bases grandes lutas operárias para pressionar o governo e parar o país em uma greve geral, contando com o apoio da juventude em luta.

É necessário unificar todos os setores mobilizados nacionalmente, tomando as ruas, conscientizando a população e chamando os trabalhadores à luta. Em uma só voz, exigir o não pagamento da dívida pública, que hoje enriquece os banqueiros, e utilizar o dinheiro público nas demandas mais urgentes da classe trabalhadora e do povo pobre.

Os planos do PT, da CUT, da CTB, e da UNE, de desgastar o governo golpista até 2018 para emergirem novamente como uma alternativa eleitoral, não servem aos trabalhadores e estudantes brasileiros, que não podem esperar até 2018 para barrar os ataques de Temer. É necessário lutar agora, romper com a trégua das centrais e defender os direitos conquistados.




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