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Coronavírus | As deportações não param nos EUA, apesar do coronavírus

A política antimigrante de Trump não deu trégua apesar dos Estados Unidos ser o país que mais reporta contágios e mortes pelo Covid-19 no mundo

quarta-feira 8 de abril de 2020 | Edição do dia

Em contraste com o chamado global para reforçar a atenção humanitária para os adoecidos de Covid-19, Donald Trump redobrou esforços para expulsar pessoas do país de forma express, sem levar em conta os direitos das pessoas, sem passar, minimamente, por trâmites ou tribunais, nem garantir-lhes nenhum tipo de atenção ou ajuda sanitárias nestes momentos da pandemia do coronavírus.

Na fronteira norte do México foram reportadas deportações na madrugada, sem nenhum tipo de trâmite das autoridades de migração do país e sem a possibilidade de conhecer o estado de saúde das pessoas repatriadas, em um momento no qual os refúgios estão fechados, seja por ser de madrugada ou porque as autoridades sanitárias os fecharam, deixando pessoas à deriva no meio da noite
As novas normas impulsionadas por Trump fazem possível com que qualquer pessoa em qualquer parte dos Estados Unidos que não tenha documentos e que não possa comprovar que está no país há mais de dois anos ininterruptos, pode ser imediatamente expulsa.

Antes só se podia expulsar de forma imediata quem estivesse a 160 km da fronteira e não pudesse comprovar que estar há mais de quinze dias no país.
A intenção é poder expulsar cada vez mais imigrantes.

Negligência do Governo estadounidense

Enquanto o contágio se expande nos centros de detenção do Serviço de Controle de Imigração e Aduanas (ICE na sua sigla em inglês) e inclusive afeta as e os trabalhadores de dita agência e os que são citados para esclarecer sua situação migratória ou de algum familiar.

Apesar dos muitos chamados para fechar essas agências e liberar as pessoas presas por uma questão humanitária, o Governo de Trump não dá indícios de que cessarão as políticas de ódio contra esse setor.

O Governo de Guatemmala indicou que detectaram pelo menos quatro pessoas positivas com o Covid-19 que foram deportadas recentemente e tentou condicionar a repatriação de guatemaltecos a uma série de medidas que os EUA não está disposto a cumprir, como que estejam em um centro de detenção por 15 dias antes da deportação ou que seja emitido um certificado para aqueles que são deportados, de que não apresentam sintomas de coronavírus, já que já foram identificados ao menos seis casos de Covid-19 em estações imigratórias dos EUA.

Perseguição aos imigrantes

O fluxo migratório de latinos rumo aos Estados Unidos não cessa, todos os dias milhares de pessoas da América Latina tomam o caminho para cruzar a fronteira norte do México, impulsionados pela esperança de uma vida melhor. As políticas migratórias norteamericanas se endureceram pela pressão do governo estadounidense, México se transformou em um centro de detenção e de risco para os migrantes. López Obrados não toma nenhuma medida para garantir sua saúde.

Os Estados Unidos endurece suas leis aproveitando a conjuntura e o sentimento nacionalista despertado pelo medo da doença baseado na ignorância, Trump se recupera com sua política de ódio no setor branco e trabalhador que estava deixando de confiar nele, mas frente à crise sanitária o discurso xenófobo encontra eco na população dos EUA que começa a sofrer as consequências econômicas.

Hoje é mais vital que nunca que se expresse a solidariedade de classe das trabalhadoras e trabalhadores, para exigir tanto nos EUA como no México que os direitos dos migrantes sejam respeitados, que os contagiados pelo Covid-19 recebam atenção médica. Isso anda de mãos dadas com a exigência do fim das prisões e deportações que esses dias e, graças às políticas anti-imigrantes, estão apenas aumentando.

Publicado originalmente no Izquierda Diario España, integrante da Rede Internacional de Diários La Izquierda Diario, assim como o Esquerda Diário.




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