UFRGS | As artes precisam de espaço! Por uma assembleia geral na sexta-feira para decidir os rumos da luta

Com imagens que mostravam a situação precária dos prédios que fazem parte do Instituto de Artes, relembrando as infestações de escorpiões amarelos, sarna, inundações e até mesmo os problemas de infraestrutura no prédio da Sr. dos Passos que impedem o recebimento de novas levas de livros na biblioteca pela falta de condições para aguentar o peso, a comunidade universitária do Instituto de Artes se reuniu por toda a manhã desta segunda-feira (28) em frente ao antigo prédio do ICBS, exigindo que fosse cumprido o acordo que garantia 5000m² do espaço físico do mesmo.

Na reunião, estudantes e professores remarcaram que esse acordo de intenções é datado de 2009, fruto de uma reivindicação histórica por espaços adequados aos cursos de artes que foi sistematicamente ignorada pelas antigas reitorias, o que agora ganha novos contornos com a saída do ICBS do prédio e o movimento do reitor bolsonarista Bulhões de ocupação do seu espaço físico por setores estratégicos à reitoria e por organizações da iniciativa privada, como as tratativas que vêm acontecendo desde 2021 com a AMRIGS para a construção de um centro cultural da medicina como já denunciamos.

Foi levantado também pelos representantes do Centro Acadêmico Dionísio (CADI) que essas movimentações expressam um claro projeto de universidade levado a frente por Bulhões, sendo corrente de transmissão dos cortes e ataques de Bolsonaro na educação. Um projeto privatista que busca garantir universidades restritas à elite, sem permanência estudantil e cuja produção científica esteja ainda mais atrelada aos interesses privados. O movimento seguiu em direção à reitoria e foi recebido a portas fechadas pelos seguranças da universidade, mas conseguiu garantir uma reunião com o reitor Bulhões para a próxima sexta-feira, às 14:30h.

Não podemos ter nenhuma ilusão ou confiança nesta reitoria que representa os interesses de Bolsonaro e da direita em nossa universidade. Essa é a mesma reitoria que na calada da noite extinguiu a Colônia de Férias da UFRGS no Litoral Norte, passando por cima das decisões do já antidemocrático CONSUN e que autoritariamente impôs uma reforma administrativa na UFRGS, além de ser a mesma que expulsou quase 200 cotistas no ano passado. Precisamos nos apoiar na história de luta da comunidade universitária do IA que só conseguiu os espaços que hoje têm a partir da sua própria força e organização.

É nesse sentido que nós da Juventude Faísca Revolucionária, que estamos presentes junto à independentes no Centro Acadêmico Dionísio do teatro UFRGS, entendemos que a luta pelo direito de ocupação do antigo prédio do ICBS por parte de nosso instituto precisa estar localizada na luta intransigente contra o interventor bolsonarista e o projeto de ensino superior e de país que os capitalistas nos reservam. Mas indo além, é preciso que tenhamos clareza sobre as condições concretas para garantir toda a infraestrutura mínima necessária para nossos cursos, o que significa a necessidade de reformas, contratações e outras medidas. Por isso, lutar pela abertura do livro de contas da universidade é essencial, pois só vemos ataques à permanência estudantil, precarização dos auxílios e do trabalho dos terceirizados, enquanto os altos salários acumulados de Bulhões e da burocracia acadêmica seguem intactos. Batalhemos contra os cortes do governo e por mais verbas para a educação, e para que o orçamento da universidade esteja sobre controle de comunidade universitária!

Nós da Faísca Revolucionária chamamos todos a se somarem na mobilização desta sexta-feira, às 14h em frente à reitoria, e a lutar para que seja organizada uma assembleia geral das artes para que toda comunidade possa decidir os rumos da luta.

Quem quiser se somar nessa luta, mande mensagem na DM do CADI.