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Com o início das Olimpíadas, que por si só já está envolta de inúmeras polêmicas, outro problema se agrava, a prostituição. O turismo sexual é uma triste realidade que tende a se agravar no período dos Jogos.

sexta-feira 5 de agosto de 2016 | Edição do dia

Foto: elnacional.com.do

Nessa sexta-feira começaram os jogos Olímpicos, um evento já envolto em série de polêmicas, há ainda mais uma pouco falada, mais extremamente grave. O maior fluxo de turista para o Brasil também trás o aumento da prostituição, principalmente infantil. Mulheres vão para o Rio de Janeiro, devido à movimentação turística provocada pelo mega evento, para se prostituir, em meio a um país em crise e a alta do desemprego.

Elas vêm de diversas cidades brasileiras e trabalham oito horas por dia em boates de Copacabana e do centro do Rio. Elas chegaram por intermédio de um matemático e do gerente de uma das boates, que segundo informações do jornal espanhol, “EL País” nunca haviam trabalhado com prostitutas, mas se juntaram e correram para reinaugurar um clube de prostituição, e aproveitar a movimentação turística de estrangeiros que vem ao evento.

De acordo com as informações, o matemático contratou cerca de 150 mulheres às pressas, através de sites conhecidos, em que oferecia passagem de ida e volta, alimentação, transporte e hospedagem de graça, em troca elas são obrigadas a trabalhar na boate, oito horas por dia, de segunda a sexta, seduzir clientes para que consumam e fazer o maior número de programas possíveis em uma noite. Os interessados pagam 100 reais para entrar no local, 300 por deitar com as mulheres e mais 100 reais pelo quarto. A prostituição não é crime no Brasil e está reconhecida pelo Ministério de Trabalho desde 2012, mas o que os sócios da casa fazem, é sim considerado crime de rufianismo, que consiste na exploração e lucro com prostituição alheia.

Cada uma destas mulheres vivenciaram histórias diferentes antes de estarem ali. Há entre elas uma auxiliar de necrópsia, uma comissária de voo, uma estudante de fisioterapia, uma aspirante a massagista com o novo testamento no bolso e várias mães. Há também uma miss e uma futura engenheira industrial. Todas elas têm em comum, três coisas: são obrigadas a ter relações sexuais para se sustentarem, detestam seu trabalho e vieram ao Rio para fazer uma pequena poupança durante a Olimpíadas.

O Rio de Janeiro dos Jogos não permitem as crianças brincarem

Não apenas há a exploração de mulheres, mas também infantil, enquanto a cidade estará cheia de atletas, as crianças, na maioria meninas, não poderão estar conhecendo as diferentes modalidades, pelo contrario de brincar e jogar, muitas terão que se prostituir obrigadas pela fome e pelo abuso. Segundo o jornal “El País” uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, descobriu atrás de promessas fantasiosas, uma quadrilha de exploração sexual de menores. Através de sites e outros anúncios em redes sociais, os chefes do esquema, Márcio Garcia, de 33 anos, e Jonathan Alves, de 24, atraiam adolescentes para prostituição. A dupla tinha alugado há um ano, três apartamentos em um condomínio de luxo na Barra de Tijuca, de frente para o Parque Olímpico. Conforme explicou a delegada responsável do caso, Cristiana Bento, "Tudo aponta que a intenção deles era aproveitar o aumento da demanda por causa da Olimpíada".

Um dos apartamentos servia de residência a pelo menos quatro adolescentes. Decorado com paredes rosas e desenhos de Hello Kitty e das Meninas Superpoderosas, era monitorado por câmeras 24 horas. Elas não saíam de casa sozinhas, e eram submetidas a cárcere privado, segundo apurou a polícia, junto a vizinhos que vinham reclamando há tempos do barulho das festas do grupo. No mesmo prédio, mas numa cobertura de luxo, com jacuzzi no terraço, morava Marcio, o líder da quadrilha, um homem obcecado com os próprios músculos, amante das armas, e que se define no Instagram como um “empresário entre Miami e Rio”. No terceiro apartamento residia Jonathan, o gerente e homem dos recados de Márcio. Jonathan exibia enormes relógios e cordões de ouro e brincava, nas redes sociais, entre carros de luxo: “Todos os dias de manhã essa indecisão! Nunca sei com qual eu vou!”.

Aparentemente a política não achou ninguém no local, entre os objetos apreendidos havia lingerie, testes de HIV, de sífilis, pílulas do dia seguinte, algemas, preservativos e um monte de anabolizantes. As investigações apontam o possível vínculo da gangue com o tráfico internacional de drogas e revelam o alto padrão de vida dos líderes, que ostentavam nas suas contas das redes sociais seus músculos, suas viagens, e carros. Ambos, foragidos e com mandados de prisão decretado, tinham namoradas menores de idade.

Contudo esse é apenas um caso, estimasse que há uma rede composta por, pelo menos, 40 meninas exploradas sexualmente e que ainda tinham que pagar 50 reais pelo seu direito de ocupar a rua. Além de mais dezenas, onde o abuso infantil não é contado, sabemos também que a procura de esse ou outro caso feita pela polícia é também uma fachada para encobrir o próprio envolvimento da instituição com as redes de prostituição e trafico. Sem contar o caráter comprovadamente machista da polícia que nega estupro, culpabiliza a vitima, quando não é ela própria a agressora ou a que suborna as mulheres.

Essa segunda cara das Olímpiadas, não deve passar nas principais redes de TV, tão pouco qualquer governo tem o intuito de resolver o problema, seja o golpista temer, seja o Paes no Rio de Janeiro, pelo contrario estão armando todo um aparato policial para garantir que não haja nenhum escândalo que envolva atletas e turistas, enquanto tiram os direitos da população, como os salários dos servidores, o financiamento a saúde e educação. E gestão um problema ainda maior, com o aumento do desemprego após os jogos.

Para esses governos que vem os jogos como um bom negocio, para dar um respiro a um Rio de Janeiro em crise, não importa a vida das mulheres e meninas obrigadas a se restituírem, mas sim que a economia ande um pouco mobilizada pelo dinheiro dos turistas. E o depois, fica para o futuro.




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