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VIOLÊNCIA POLICIAL | Artista é levado por guardas e passa quase 8 horas sedado e amarrado em hospital

segunda-feira 30 de outubro de 2017 | Edição do dia

Neste sábado (28), o bailarino Igor Cavalcante Medina, que fazia parte do 8º Caxias em Movimento, é abordado por guardas municipais e pelo SAMU por julgarem que o bailarino estava tendo um surto psicótico. Igor tentou justificar para os guardas que tinha autorização da prefeitura para realizar a performance em público, entretanto, não foi ouvido e foi levado para o Pronto-Atendimento de 24 horas.

Igor Medina afirmou: "Tentei explicar, mas eles repetiam que eu estava em surto psicótico e que tinha de ser levado para atendimento. Diziam que estavam me ajudando. Eu falava da autorização que tinha [no calção], mas não me ouviam. Me deram uma injeção de calmante, porque diziam que eu estava alterado. Quem estava alterado eram exatamente eles." A apresentação de Igor buscava mostrar o cotidiano cruel de negros e pobres no Brasil, tratando em sua encenação a violência e exclusão social.

No hospital, Igor foi medicado com um calmante a amarrado em uma maca das 11:30 até as 19 horas da noite, quando um médico psiquiatra apareceu para dar alta e confirmar que o bailarino estava lúcido.

Igor sendo abordado pelos guardas municipais e pelo SAMU

Cada integrante da Companhia Municipal de Dança realizaria uma apresentação solo em um local público e todos os trabalhos foram autorizados pela própria prefeitura. Igor Medina vestia para sua apresentação chamada "Fim", um figurino composto de arame farpado, que não colocava em risco nenhum espectador e nem a si mesmo, pois estava estrategicamente posicionado. Seu figurino foi destruído e perdido durante a abordagem racista e violenta dos guardas municipais.




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