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28A | Arrepiante relato de uma estudante de Campinas sobre a greve geral do 28A

Maria Paula, estudante secundarista, relata ao Esquerda Diário como foi participar do dia histórico de luta dos trabalhadores nesse 28A, fechando a rodovia Santos Dummont em Campinas. Confira, é arrepiante!

segunda-feira 1º de maio de 2017 | Edição do dia

Fotografia de Dalton Ou Chun

Dia 27 de abril, cheguei em casa tarde do trabalho, a ansiedade não cabia em mim arrumei bolsa, tomei banho, separei minha comida, não tinha mais nada para arrumar mas também não conseguia dormir, e tudo que eu falava sempre voltava no mesmo assunto, parar a rodovia no dia seguinte.

Rolei para um lado rolei para o outro e acabei cochilando, acordei as duas horas mas cheia de energia e com aquele friozinho na barriga maravilhoso, do banho para frente tudo passou muito rápido, tudo era muito novo e as sensações eram gratificantes, desde da espera pelos trabalhadores, ajudar a preparar as pequenas coisas, panfletar os cartazes até o ápice da ansiedade a caminhada para a rodovia nesse ponto já cantávamos cada passo cada musica me trazia mais a sensação de euforia, a aquela emoção de:

“CARALHO ESTA DANDO CERTO E EU FAÇO PARTE DISSO”.

Em pouco tempo já estávamos na rodovia mas faltava algo para completar o ato para causar um verdadeiro impacto, ainda havia uma via para os carros passarem e com ela livre não conseguia sentir a satisfação de dever cumprido. A presença dos policias fazia do nosso avanço para bloquear a outra via algo duvidoso. Mas com diálogos as dúvidas passaram e aquele fundinho de medo foi embora também.
Avançamos e a rodovia parou, mesmo parado naquele transito conseguíamos ver pessoas apoiando o momento e se identificando com a luta, aos poucos algumas pessoas foram se juntando a nos e outras apesar de não se juntar ao movimento colaram cartazes em seus carros ou caminhões que levaram nossas idéias para novos ares.

Então com toda rodovia parada tudo se resumia em felicidade em se sentir parte de algo que tem o poder de impactar, de sentir que juntos podemos e devemos lutar para mudar as injustiças postas pelo governo. Ao longo do dia tive a confirmação de que o ato não foi único, e que estamos em uma jornada longa e árdua, mas não impossível e extremamente valida pelos nossos direitos.

- Maria Paula


Temas

#28A    Juventude



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