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MARIELLE FRANCO | Arma que matou Marielle foi jogada no mar, revela nova testemunha

Pescador disse em depoimento à polícia que um aliado do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de atirar na vereadora carioca Marielle Franco, contratou seu barco para jogar seis fuzis no mar logo após a prisão de Ronnie. As informações foram publicadas pelo jornal "O Globo".

quarta-feira 3 de julho de 2019 | Edição do dia

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, que investiga o caso junto ao Ministério Público estadual, confirmou que uma testemunha declarou que armamentos foram jogados ao mar. A desova teria ocorrido próximo às Ilhas Tijucas, a cerca de 2 km da orla da Barra da Tijuca. Em março e início de abril, equipes da Marinha e do Corpos de Bombeiros chegaram a realizar buscas no local com o auxílio de um sonar, mas nada encontraram até o momento.

Faz parte da investigação averiguar se uma dessas armas é a submetralhadora HK MP5 que foi usada para assassinar Marielle e seu motorista Anderson Gomes em março do ano passado.

Segundo a polícia, a investigação está também apurando a desova como obstrução de investigação de organização criminosa. Já foram ouvidos quatro suspeitos esta semana sobre o descarte das armas, além de várias testemunhas, segundo a corporação.

De acordo com "O Globo", eles seriam: Márcio Montavano, o "Márcio Gordo", suspeito de ter retirado as armas de dois endereços ligados a Ronnie Lessa e as desovado no mar; a segunda seria a mulher de Lessa, Eliane de Figueiredo Lessa; outro seria o irmão dela, Bruno Figueiredo; e por último, um homem chamado Josinaldo Freitas.

Segundo o depoimento do pescador, um homem chegou ao Quebra-Mar de táxi no dia 14 ou 15 de março dizendo que queria contratar uma embarcação para fazer pesca submarina perto das Ilhas Tijucas –Lessa foi preso no dia 12 daquele mês, e na mesma operação foram encontrados 117 fuzis airsoft desmontados e uma oficina de montagem atribuídos a ele.

O homem carregava uma mala grande e uma caixa de papelão pesada. Ao chegar na região das ilhas, ele teria retirado da mala os fuzis e jogado tudo no mar.

O pescador teria dito à polícia também que sentiu medo de cobrar os R$ 60 que seriam pagos pela viagem e não o fez. Na volta, o homem jogou R$ 300 dentro da embarcação sem dizer nada e foi embora.

A desova dos armamentos teria acontecido horas antes de a polícia cumprir um mandado no apartamento onde elas estavam armazenadas. Câmeras de segurança gravaram os integrantes do grupo de Lessa saindo do local às pressas, cerca de 30 minutos antes de a polícia chegar. Há ainda a contratação de que as peças poderiam ser adaptadas para fuzis M-16, com alto poder de destruição. A mulher de Lessa,Eliane, é suspeita de ter coordenado a retirada da mala e da caixa com as armas.

Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira Queiroz, acusado de ter dirigido o carro usado para matar Marielle e Anderson, estão presos no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Veja também: Manifestações pelo país ecoam a pergunta “Quem mandou matar Marielle?” e exigem justiça

É urgente a exigência por uma investigação independente, a partir da organização de trabalhadores e da juventude, para que seja imposto que, mais do que investigar e descobrir quem matou Marielle e Anderson, quem foram os mandantes desse crime. Somente impondo uma investigação independente será possível arrancar justiça desse brutal assassinato que segue a mais de um ano sem resposta.




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