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CONTRA MACRI E TEMER | Argentina e Brasil, contra Temer e Macri: podemos fazer os capitalistas pagarem pela crise

quinta-feira 6 de abril de 2017 | Edição do dia

Desde o início desta manhã a classe trabalhadora Argentina entrou em cena massivamente aderindo à paralisação nacional convocada pela CGT, dando mostra da insatisfação dos trabalhadores com o preço que vêm pagando a recessão econômica, e com as medidas de Macri que desde que foi eleito vem tentando transferir para os trabalhadores o custo da crise capitalista. Viemos cobrindo neste 6A as ações dos trabalhadores no Esquerda Diário, já que se fosse possível a imprensa capitalista brasileira jamais deixaria os trabalhadores saberem o que acontece no nosso país irmão, e você pode entender melhor aqui os motivos da paralisação. Também pudera: Globo, Folha e outros meios apoiadores do golpe institucional estão nessa para garantir que Temer não encontre dificuldades aqui no Brasil para aplicar os ataques aos trabalhadores com a reforma trabalhista e a reforma da previdência.

Assim como no 15M, hoje deve ter sido um dia complicado para as redações dos jornais golpistas, se até os vôos indo e voltando da Argentina foram cancelados com a paralisação dos aeroviários, o sindicalismo combativo e a esquerda cortou importantes avenidas em dia histórico, como declarou Nicolas Del Caño em entrevista, ex candidato presidencial da FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores): apesar da CGT que enrolou durante 16 meses a convocação da paralisação nacional e tentou fazer com que hoje fosse uma “paralisação domingueira” (sem cortes de rua e radicalização).

PTS e sindicalismo combativo cortam a Panamericana, principal rodovia do país que liga a Zona Norte da Grande Buenos Aires com a capital

Além da agenda de ataques aos trabalhadores, Temer e Macri têm muito mais em comum, apesar de o segundo ter sido eleito e o primeiro virar presidente através de golpe. Se Temer por um lado é citado em inúmeras delações, o nome de Macri vai aparecer nada menos que no Panamá Papers, ambos tentam dar apoio à agenda neoliberal do outro com na visita de Macri ao Brasil:

Mas acima de tudo, ambos são figuras que se lançaram ao poder a partir de um giro superestrutural à direita na America Latina, como explica mais detalhadamente Daniel Matos neste texto. São governos que tentam transformar esse fortalecimento super-estrutural em força verdadeira da direita. Temer sai adiantado nisso pois ele é diretamente um produto de golpe e não de eleições e pode transitar mais livremente com posições rejeitadas. Porém ambos enfrentam uma classe trabalhadora que ainda não foi derrotada e a falta de "solidez" em seus governos é em última instância causada por essa situação da classe trabalhadora. Gozam de "mandato burguês" para atacar mas ele se choca com os trabalhadores. Assim como Macri teve de retroceder em vários de seus ataques anunciados desde o início do mandato, Temer acumula uma taxa de aprovação de ridículos 10% e tenta dia sim e o outro também manobrar para tentar aprovar sua reforma da previdência que, apesar das modificações ainda mantém o essencial, que os brasileiros trabalhem até morrer.

A manutenção destes governos só pode-se explicar pela trégua dada pelas burocracias sindicais, como CGT na Argentina que esperou 16 meses para convocar esta paralisação, ou a CUT e a CTB no Brasil que após a grande mobilização nacional de 15M, postergou para o final de abril o chamado à nova paralisação nacional contra a reforma da previdência, deixando os golpistas de mãos livres para votar a terceirização irrestrita e ainda ameaçando votar a reforma trabalhista. O 15M não fez parte de um plano de luta para que fosse construída uma verdadeira greve geral, e o mesmo fez a CGT argentina hoje, declarando que não havia nova paralisação nem nenhum plano pensado depois da contundente paralisação.

O que há ainda em comum entre Argentina e Brasil, que deve servir para todos trabalhadores brasileiros se apropriarem deste 6A, é a vontade de lutar contra os ataques e a necessidade de arrastar a burocracia sindical para um verdadeiro plano de lutas. O 31M no Brasil expressou isto, apesar de a CUT, CTB e Força Sindical (que já negocia pelas costas há uns tempos) convocarem este dia como um “esquenta”, nada fazendo para que fosse uma forte paralisação nacional, ainda assim em todo o país amplos setores se mobilizaram contra os ataques de Temer. Brasil, Argentina e em outros países da América do Sul a classe trabalhadora começa a mostrar que quer entrar em cena, e com interesses em comum, que superam as fronteiras nacionais, de que não querem mais pagar pela crise.

Na Argentina, os trabalhadores contam com uma alternativa de organização que levanta uma resposta dos trabalhadores para a crise, o Partido dos Trabalhadores Socialistas, organização irmã do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores na FIT, que vem defendendo reduzir a jornada de trabalho para 6 horas, 5 dias da semana, pra que todos trabalhem, desafiando Macri a viver dois meses com o salário de um professor. O PTS foi parte de uma viva campanha em centenas de locais de trabalho para que a burocracia da CGT assumisse sua responsabilidade de convocar a paralisação nacional, ao mesmo tempo que impulsionou a auto-organização dos trabalhadores para não deixar o futuro dos trabalhadores na mão das Centrais Sindicais “chapa branca” que não querem fazer das paralisações um dia que os trabalhadores tomem a luta em suas mãos (por isso "domingueiro") e tracem um plano de lutas para derrotar os ataques e colocar os governo Temer e Macri de joelhos.

Cartazes do MRT em manifestação do 31M em Campinas

No Brasil, nós do MRT lutamos contra os ataques de Temer defendendo a necessidade que a CUT e a CTB apresentem um plano de luta para barrá-los. E apesar da burocracia sindical se preocupar mais com a eleição de Lula em 2018 do que com os ataques à nossa classe, precisamos fazer do dia 28 de Abril uma verdadeira Greve Geral para derrotar os ataques de Temer.

Bloco do MRT em ato no MASP

Venha debater esta alternativa conosco nos Encontros por uma greve geral já contra as reformas, Temer e os capitalistas




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