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Armamento | Aquisição de armas no 1º semestre deste ano supera a soma dos dois anos pré-Bolsonaro

O número de novas armas obtidas por cidadãos de janeiro a junho de 2021 foi de 85.023, um volume 23,6% superior às 68.789 compradas em 2017 e 2018.

sexta-feira 17 de setembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

Ao longo dos primeiros seis meses de 2021, além da quantidade de armas adquirida pelos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), cidadãos comuns compraram ao mais armas do que a soma de todas aquelas nos dois anos anteriores à posse do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Os dois grupos incrementaram o arsenal brasileiro em 178.455 novos exemplares, segundo dados inéditos obtidos pelo Globo, através da Lei de Acesso à Informação pelos institutos Igarapé e Sou da Paz.

O número de armas novas adquiridas por cidadãos de janeiro a junho, que não inclui os arsenais em poder de empresas de segurança privada, clubes de tiro, policiais e integrantes das Forças Armadas, foi de 85.023. Ou seja, uma quantia 23,6% superior às 68.789 compradas em 2017 e 2018.

As armas comprada pelos CACs no mesmo período, 93.432 unidades, foi superior, mas a variação percentual (1,5%) foi inferior na comparação entre os dois períodos.

Esse drástico aumento de compra de armas de fogo, se relaciona a medida da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) de abaixar de 20% para zero o imposto sobre a importação de revolveres e pistolas para o Brasil, que esta em vigor desde 1° de janeiro de 2020.

Ou seja, esse aumento é consequência direta da flexibilização do acesso a armas de fogo por parte do governo federal. Já em janeiro de 2019 Bolsonaro assinou um decreto que flexibilizou a posse de armas de fogo no Brasil. Em abril desse ano, o governo aumentou de 50 para 600 o número de munições que podem ser compradas por cidadão por arma e também revogou uma portaria do ministério da defesa que instituía medidas de monitoramento de armamentos e munições no país, dificultando assim o rastreamento desse tipo de artefato.

Com um discurso “democrático” e de “garantia da segurança” da população, o acesso a armas de fogo foi uma bandeira de Bolsonaro em sua campanha eleitoral. Por trás desse discurso “democratizante”, está o fato de que não serão os trabalhadores e os pobres que terão acesso e condições pra adquirir armamentos e sim os empresários e suas seguranças privadas, os bolsonaristas e extremistas de direita, ou seja, as forças que estão postadas contra os negros e pobres. Além disso,
de acordo com dados do SUS, em 2019, 70% dos assassinatos ocorreram por armas de fogo. Especialistas apontam que, os números de assassinatos são diretamente relacionados com a quantidade de armas de fogo disponíveis.




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