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CRISE POLÍTICA | Aprovada auditoria em decretos de Temer, processo pode dar origem a abertura de impeachment do vice-presidente

Sem alarde, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuou na tarde desta quinta-feira, 17, para aprovar um requerimento que determina uma auditoria do Tribunal de Contas de União (TCU) em sete decretos assinados pelo vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) para abertura de crédito ao Orçamento. O caso pode dar subsídio para um pedido de impeachment contra Temer, pois a peça que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo, lista decretos com a mesma característica - isso porque ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal.

sexta-feira 18 de dezembro de 2015 | 00:00

O caso dos decretos de Temer foram revelados por uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo no último dia 8. O requerimento de auditoria contra o vice foi apresentado pelo líder da minoria, Alvaro Dias (PSDB-PR). Ao ler o texto do pedido em plenário, Renan deixou de dizer claramente que a auditoria se dará sobre decretos assinados pelo vice. O presidente do Senado leu o pedido do Alvaro Dias sem detalhar a sua justificativa onde consta o nome de Temer. Em seguida, colocou em votação simbólica, nenhum senador se posicionou contra e o pedido foi aprovado.

A ação de Renan é um ataque a Temer, que tem saído da "neutralidade" e se movimentado em direção à defesa do impeachment por um mandato seu de "unidade nacional" em nome de uma política de ajuste profundamente neoliberal que é levantada por todo PMDB - veja aqui. Nesta quarta-feira, 16, o senador e Temer entraram em conflito público, depois que o vice fez aprovar na Executiva Nacional do PMDB uma resolução para proibir novas filiações ao partido - confira matéria sobre o tema aqui. O presidente do Senado chegou a criticar publicamente Temer, afirmando que "o PMDB não tinha dono",nesta quinta-feira, Dilma inclusive agradeceu Renan por ter se enfrentado com Temer.

Análise

Esta "retaliação" de Renan, é parte de uma conjuntura política em que passa a prevalecer a crise do regime partidário, envolvendo o PMDB, que está rachado em alas pró e contra impeachment, um partido fisiológico que faz todos os acordos e manobras possíveis para manter-se no poder, como o Esquerda Diário já vem apontando desde o início da crise política. Neste jogo de cena no PMDB, Renan torna-se figura cada vez mais importante no governo e Dilma se mostra cada vez mais dependente não do PMDB em geral, mas sim, do Senado - sob a liderança do "cacique" Renan Calheiros - e das movimentações políticas do PMDB do Rio de Janeiro (sobretudo de Eduardo Paes, Pezão e Picciani - agora de volta à liderança do PMDB da Câmara), em sua luta contra o impeachment e para a aprovação da agenda de ajustes fiscais.

Esquerda Diário com informações da Agência Estado.


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