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Após revolta com MP da Fome, Guedes diz que foi "erro de redação"

Essa medida revela que a prioridade do governo Bolsonaro não é os trabalhadores, mas salvar o lucro dos empresários e patrões dessa crise de escala global. Crise que não foi gerada pelos trabalhadores mas a eles está sendo posta para ser paga.

terça-feira 24 de março de 2020 | Edição do dia

Na calada desta madrugada o Bolsonaro editou a MP 927 que permitia a suspensão de salários durante quatro meses. Como seria capaz de um trabalhador em tempos de crise na qual nos encontramos, onde é fundamental manter uma refeição saudável e cuidados de higiene redobrados sem um salário por quatro meses???

Esse questionamento tomou a população que mostrou uma imensa revolta nas redes. Com isso, o presidente recuou e determinou a revogação do art. 18 que tratava de tal suspensão.

Após isso, o ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que foi apenas um erro de redação. Uma mentira evidente, visto que inclusive horas antes no twitter o presidente estava defendendo as medidas. Inclusive, segundo Lauro Jardim, o presidente ligou pessoalmente pra equipe econômica para cancelar o artigo.

Porém, esse não é o único ponto de ataque do governo. A MP traz outros afrontes como: banco de horas para quarentena, suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho, demissão sem pagamento do FGTS nem exames médicos, fim dos feriados e férias coletivas sem aviso aos sindicatos. A medida golpeia direitos que levaram anos para serem conquistados, além do mais só agrava a condição de vida que se encontra a classe trabalhadora neste momento, por isso é necessário exigir que essa MP seja inteiramente revogada.

Essa MP revela mais uma vez que a prioridade do presidente não é a população, mas salvar o lucro dos empresários e patrões dessa crise de escala global. Crise que não foi gerada pelos trabalhadores mas a eles está sendo posta para ser paga.

Enquanto as medidas do governo reservam o descaso, fome e miséria para os trabalhadores, o Banco Central toma medidas para salvar os banqueiros, a Caixa Econômica investe R$ 75 bilhões em uma instituição financeira estatal para capital de giro e Paulo Guedes dará uma ajuda aos bancos que custará R$ 161 bilhões aos cofres públicos. Fica claro à quem esse governo, às custas da classe trabalhadora, faz politicagem.

É preciso que a MP 927 seja totalmente cancelada, não podemos nos contentar com “de todos os males, o menos pior”, os salários e direitos trabalhistas devem ser garantidos. Se há algum personagem que tem que pagar por tudo isso é o capitalismo, nem que seja com sua morte.




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