O portal de notícias iG, que já havia demitido a repórter estagiária que denunciou ter sofrido assédio sexual do cantor MC Biel, demitiu agora a editora-executiva Patrícia Moraes.
terça-feira 28 de junho de 2016 | Edição do dia
Desde o início do mês, o caso de assédio sexual envolvendo o funkeiro MC Biel e uma repórter do portal iG movimenta o noticiário e as redes sociais. A matéria publicada no portal tornando o caso público, no dia 3 de junho, foi escrita e postada por Patrícia Moraes, editora-executiva que fora demitida, assim como a repórter que sofreu assédio. Para ambas as demissões, a empresa justificou corte de gastos. No entanto, somente as duas foram demitidas pelo portal.
A própria advogada da repórter demitida do iG, Ana Paula Cortéz, após denunciar assédio do MC Biel, afirmou que sua cliente foi vítima duas vezes: no dia da entrevista com o cantor e sexta-feira (17), quando foi demitida da empresa.
Até mesmo o presidente da Warner Music,Serio Affonso, ao saber do ocorrido, entrou em contato com o portal e classificou como “lamentável” e “fora do contexto atual de lutas pelos direitos das mulheres” a postura absurda do artista da gravadora.
Aí nos perguntamos: Se uma denúncia de assédio sexual ao se tornar pública, acaba desencadeando demissões, ao invés de apuração dos fatos, seria a imposição brutal do silêncio frente à violência que as mulheres sofrem no cotidiano neste sistema capitalista? Ao que tudo indica sim e acaba por colaborar com os milhares de casos de violência de gênero que presenciamos. Mesmo a Lei Maria da Penha não impediu que os números de violência de gênero aumentassem enormemente e o PT, em todos os seus anos de governo abriu caminho para fortalecer a direita que avança em incentivar a violência, com Temer a frente.
As ideias dominantes são as ideias da classe dominante e as ideias que a principio devem ser divulgadas pela imprensa oficial são as que não representam riscos à classe dominante. As mídias alternativas, dentre elas, o Esquerda Diário, buscam romper o cerco imposto às ideias que oferecem perigos.
Num contexto em que já sentimos os ares das disputas pelos pleitos municipais, com possíveis candidatos envolvidos em escândalos de corrupção até o pescoço, se faz necessário um programa que responda às demandas colocadas pelos setores oprimidos, com um plano de emergência contra a violência às mulheres e lutas contra as demissões e o trabalho precário, em defesa da saúde e da educação.
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