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UNIVERSIDADE ELITISTA | Após mobilização, Biblioteca da USP revê decisão sobre produção intelectual de trabalhadora

Em ofício datado de 22/10, Direção da Biblioteca da Faculdade de Educação informou que atendendo a solicitação cadastraria os livros da trabalhadora Diana Assunção na base de produção intelectual.

sexta-feira 23 de outubro de 2015 | 11:36

Na última terça-feira, 13 de outubro, ocorreu reunião entre o Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP e o Sintusp, na presença dos diretores sindicais Diana Soubihe Assunção e Claudionor Brandão. A reunião foi agendada após ampla repercussão nas redes sociais de uma carta escrita por Diana, denunciando o elitismo da Universidade de São Paulo que, em base a regimento interno alterou o cadastro dos livros de Diana Assunção retirando-os da base de produção intelectual pelo argumento de que a funcionária em questão é nível básico e que portanto não pode ser considerada como autora. A carta chegou a mais de 30 mil pessoas pela internet, e Diana recebeu centenas de mensagens de apoio do país inteiro.

Como resultado da reunião, Diana envio ofício para a Biblioteca da Faculdade de Educação da USP solicitando que seus livros fossem novamente cadastrados na base de produção intelectual, revertendo a decisão anterior. O pedido foi aceito pela Direção da Biblioteca da Faculdade de Educação no ofício "Em atenção a sua solicitação acima mencionada, informamos que as publicaçoes abaixo de sua autoria já se encontram registradas na Base de Produção Intelectual do Banco de Dados da USP a partir desta data". As publicações em questão são "A precarização tem rosto de mulher", "Lutadoras - Histórias de mulheres que fizeram história" e o prólogo do livro "Mulher, Estado e revolução".

Sobre esta decisão, Diana Assunção, que também é diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP, conversou com o Esquerda Diário e comentou que "Acredito que conseguir o retorno das publicações pra base de produção intelectual foi uma primeira conquista desta luta. Não podemos aceitar nenhuma diferenciação! Somente porque sou trabalhadora nível básico queriam me diferenciar, e em base a um regimento elitista, dizer que as publicações que fiz não são produção intelectual. Muito importante a atitude da Direção da Faculdade de Educação de rever a decisão anterior. Agora seguiremos na luta para modificar este regimento, pra que nenhum trabalhador de nível básico da USP que venha a publicar algum livro passe por este desrepeito tendo seu intelecto questionado. Essa luta é parte de uma luta muito maior contra o elitismo da USP, que passa por questionar toda sua estrutura de poder e acesso, bem como a serviço de quem está seu conhecimento, que na minha opinião deveria ser a serviço da maioria da população, os trabalhadores e o povo pobre".




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