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Após declarações contra vítimas da ditadura e minorias, Bolsonaro diz que não vai mudar seu jeito de ser

Hoje (31/07) após uma entrevista coletiva, Bolsonaro concordou em ceder uma entrevista exclusiva ao O Globo, quando abordado para uma reportagem. Com duração de 15 minutos, Bolsonaro comentou sobre diferentes assuntos. Frente a uma pergunta sobre se o seu comportamento era planejado, Bolsonaro disse que é assim mesmo, e dialoga diretamente com a parcela mais conservadora que aderiu à sua candidatura afirmando que não vai mudar: continuará destilando violência a cada palavra.

quinta-feira 1º de agosto de 2019 | Edição do dia

Essas declarações são particularmente importantes por acontecerem logo após os absurdos que Bolsonaro pronunciou nos últimos dias. Um deles foi sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da OAB que desapareceu no auge das repressões sangrentas da ditadura militar. Bolsonaro acusa a entidade de advogados por não ter permitido que a polícia federal tivesse acesso ao celular do advogado de Adélio de Oliveira, acusado de tentativa de homicídio contra ele.

Na entrevista, Bolsonaro defende a exploração de áreas de garimpo, e junto ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quer criar “pequenas Serras Peladas no Brasil” para serem exploradas por grupos estrangeiros e por indígenas. Serra Pelada foi um dos maiores processos de exploração de trabalho humano da história do país, com uma história marcada por miséria e violência

Outro assunto que a repórter abordou foi sobre o massacre de 58 detentos no presídio de Atamira, no Pará, com 16 decapitações, a maior carnificina em cadeias desde a que foi registrada em Carandiru em 1992 com a morte de 111 detentos. Bolsonaro se esquivou, mas não sem antes comentar: “Pergunta às vítimas dos que morreram lá o que eles acham”, mostrando a pouca importância que dá à situação de calamidade dos presídios no país.

Ainda, confirmou sua intenção em transformar a Baía de Angra dos Reis em uma “Cancún brasileira”, com o investimento de bilionários dos Emirados Árabes, Japão e Israel. Sua intenção passa por, na verdade, mudar a preservação da área, que hoje é fundamental na preservação de espécies ameaçadas de extinção e para a pesquisa da ecologia marinha.

Em meio a tudo isso, o maior orgulho de Bolsonaro diz do estreitamento da relação com o imperialismo norte americano, frente a possibilidade de aprovação pelo Senado de seu filho Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, alavancada com o elogio de Trump ao dizer que ficava muito feliz por considerá-lo uma excelente indicação. Bolsonaro também reafirmou sua aproximação com o presidente da Bolívia, Evo Morales, vista durante a Cúpula do Mercosul que aconteceu na semana atrasada na Argentina.

A entrevista finalizou com Bolsonaro dizendo que poderia fazer uma parada para almoçar com os caminhoneiros em uma rodovia a caminho de Anápolis (GO), sem ouvir seu assessor.




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