Com a votação no STF que anula as condenações da Lava Jato contra Lula, Jair Bolsonaro voltou a fazer suas ameaças golpistas mais veladas, através do questionamento do processo eleitoral, caso Lula o derrote em 2022.
sexta-feira 16 de abril de 2021 | Edição do dia
Durante suas habituais lives de quinta-feira, o reacionário presidente que contou com a suprema corte e Sérgio Moro para conseguir se eleger em 2018, agora exige que seja “voto auditável” para a próxima disputa presidencial, caso contrário, não reconhecerá o resultado caso o Lula saia vencedor.
Trump não comanda mais a Casa Branca, mas é clara inspiração para Bolsonaro. O ex-capitão que presta continência para a bandeira americana deseja seguir os mesmos passos em 2022 do seu ídolo que questionou incisivamente o resultado eleitoral americano do ano passado.
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"Se o Lula voltar pelo voto direto, pelo voto auditável, tudo bem. Agora, veja qual vai ser o futuro do Brasil com o tipo de gente que ele vai trazer para dentro da Presidência", afirmou Bolsonaro.
Uma das armas de Bolsonaro para justificar futuros intentos golpistas é o questionamento do processo eleitoral, defendendo a utilização de cédulas de papel. Ele afirma que as eleições de 2018 foram fraudadas não pelos militares, o STF e a Lava-Jato que o impulsionaram para o poder, alimentando todo o antipetismo e retirarando o candidato com mais intenções de voto da disputa, mas sim porque ele deveria ter vencido no primeiro turno.
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Bolsonaro voltou a falar sobre o tema como reação direta aos resultados do STF, que anulou os processos de Sérgio Moro contra Lula, o que confirmou o retorno dos direitos políticos do petista.
Tal decisão é feita em meio ao grande temor do regime golpista e das classes dominantes diante de prognósticos de possíveis revoltas sociais que poderiam pelo país diante da imensa crise. Lula seria uma aposta para conter a explosão da luta de classes para uma saída eleitoral e preservar os ataques realizados desde o golpe de 2016.
Contudo, Bolsonaro não é de forma alguma descartado pelos capitalistas e o regime do golpe, que entre cartas e jantares demonstram o seu apoio ao governo atual, mostrando também que Bolsonaro será uma alternativa autoritária e golpista, para dar continuidade aos ataques contra a população pobre e trabalhadora.