×

Eleições argentinas | Após as primárias, quais candidaturas presidenciais concorrerão em outubro na Argentina?

Cinco setores políticos passaram pelo piso proscritivo das primárias argentinas neste domingo e estarão disputando em 22 de outubro. A chapa presidencial Bregman-Del Caño representará a esquerda depois de triunfar na eleição interna da FIT-U.

terça-feira 15 de agosto de 2023 | Edição do dia

As eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO) definiram neste domingo quais pré-candidatos presidenciais finalmente se tornaram candidaturas e disputarão as eleições gerais de 22 de outubro.

Como a esquerda trotskista argentina sempre denunciou, as PASO, implementadas desde 2011 por iniciativa do então governo de Cristina Fernández de Kirchner, fixou um piso proscritivo de 1,5% dos votos para que uma coligação ou partido possa aparecer nas eleições gerais que definem os cargos executivos e legislativo. Neste quadro, das 27 candidaturas presidenciais apresentadas este domingo, apenas cinco vão concorrer daqui a pouco mais de dois meses.

Assim, as cinco chapas presidenciais que concorrerão no dia 22 de outubro serão as de La Libertad Avanza, Unión por la Patria, Juntos por el Cambio, Hacemos por Nuestro País e da Frente de Izquierda y de los Trabajadores Unidad (FIT-U).

La Libertad Avanza será representada pelos “liberfachos” Javier Milei e Victoria Villarruel. Unión por la Patria (ex-Frente de Todos) por Sergio Massa e Agustín Rossi. Juntos por el Cambio, por Patricia Bullrich e Luis Petri. Hacemos por Nuestro País terá a chapa Juan Schiaretti e Florencio Randazzo. E a Frente de Izquierda y de los Trabajadores Unidad (FIT-U) será representada por Myriam Bregman como candidata a presidente e Nicolás del Caño como vice.

Em La Libertad Avanza e Hamos por Nuestro País não houve disputa interna. Com mais de 97% das mesas escrutinadas, no Unión por la Patria Massa-Rossi venceu a chapa Grabois-Abal Medina em uma proporção aproximada de 80-20. No Juntos por el Cambio, Bullrich-Petri venceu Rodríguez Larreta-Morales (60-40). E no caso da FIT-U, Bregman-Del Caño ganhou sete de cada dez votos contra a chapa formada por Gabriel Solano e Vilma Ripoll (70-30).

Os setores políticos que não alcançaram 1,5% dos votos e, portanto, não poderão disputar as eleições gerais são: Principios y Valores (0,79% somando a chapa de Guillermo Moreno e outros quatro de sua interna); Libres del Sur (0,65% com chapa única encabeçada por Jesús Escobar); Nuevo MAS (0,36% com Manuela Castañeira); MIJD (0,34% dividido entre Santiago Cúneo e Raúl Castells); Política Obrera (0,26% com Marcelo Ramal à frente); Frente Patriota Federal (0,21%, Alejandro Biondini); Acción Vecinal (0,17% com Raúl Albarracín); Liber.Ar (0,1%, Ramiro Vasena); Proyecto Joven (0,1%, Mempo Giardinelli) e UceDé (0,05% com Andrés Passamonti).

Levanta la izquierda!

No caso da FIT-U, depois de competir internamente contra a chapa formada por Solano e Ripoll (PO-MST), finalmente serão Myriam Bregman e Nicolás del Caño (PTS, em aliança com Izquierda Socialista) que encabeçarão a chapa em outubro. Com 90,37% das mesas apuradas, a FIT-U obteve quase 630 mil votos, o que representa 2,65% dos votos totais.

Para as eleições gerais, diante das opções que vão do chamado "centro" à extrema direita, os eleitores do Nuevo MAS e do Política Obrera, além de muitos milhares que votaram em outros candidatos (por exemplo, o derrotado Juan Grabois) terão a oportunidade de colocar nas urnas um voto em Bregman e Del Caño, fortalecendo a única opção que resta diante do ajuste orquestrado pelo FMI e aplicado pelo atual governo de Alberto e Cristina com o apoio da oposição tradicional.

Vale lembrar que, em maio passado, uma conferência eleitoral do PTS propôs discutir na Mesa Nacional da FIT-U um acordo para fazer "uma chamada comum aos companheiros do Nuevo MAS, Política Obrera e Autodeterminación y Libertad de Luis Zamora, além de outros grupos que se dizem da esquerda operária e socialista argentina, para que se unam à Frente de Izquierda para enfrentar juntos os partidos e coalizões do ajuste”.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias