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CRISE DO PT | Após Marta, mais 10 deputados e 3 senadores ameaçam abandonar o PT

sexta-feira 2 de outubro de 2015 | 23:00

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Tentando desvincular-se do crescente rechaço popular ao PT causado pela piora das condições econômicas e das infintas denúncias de corrupção envolvendo o governo federal, diversos representantes eleitos ameaçaram na última semana migrar para outras legendas, gerando tamanha preocupação nas fileiras petistas a ponto deo próprio Lula tomar a tarefa de debelar o "exôdo". Na mesma semana, Marta Suplicy filou-se ao PMDB com um forte discurso oposicionista, inclusive concordando com Eduardo Cunha acerca do rompimento com o governo.
Conforme a crise de representatividade do governo Dilma vai se aprofundando, novas combinações vão se formando no jogo político, deixando a crise política com contornos cada vez mais imprevisíveis.

Somente nesse ano 21 prefeitos, um deputado federal e uma senadora abandonaram a legenda e a cúpula petista estima que mais 10 deputados e um senador podem abandonar a legenda. Embora a maior parte das prefeituras perdidas sejam de municípios eleitoralmente inexpressivos, está entre eles Luciano Cartaxo, prefeito de João Pessoa que migrou para o PSD de Kassab e pode liderar uma desfiliação massiva na Paraíba. Outro que pode liderar uma leva de rompimentos é deputado federal Alessandro Molon (RJ) que migrou para a Rede Sustentabilidade de Marina Silva e pode levar consigo mais 3 deputados federais, segundo o Globo. Em um momento que o PT conta os votos para se proteger de um possível processo de impeachment na câmara pouco poderia assustar mais o PT, que escalou Lula e o presidente da sigla, Rui Falcão, para evitar a debandada.

Mas, ao contrário do que um incauto poderia supor, esses rompimentos não são motivados por divergências acerca da aplicação do ajuste fiscal que esfola os trabalhadores ou por indignação com os escândalos de corrupção, mas sim por disputas de indicação para disputar as próximas eleições municipais. Marta foi em busca de apoio para disputar a prefeitura de São Paulo e o encontrou no PMDB paulista, histórico opositor da aliança PT/PMDB, e nos setores conservadores que secundam Eduardo Cunha. Alessandro Molon também não teria espaço no PT para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro e migrou para Rede, mesmo partido para o qual foram Randolfe Rodrigues e Heloísa Helena ao abandonarem o PSOL.

Essa "dança das cadeiras" pode representar uma mudança relevante na balança política, respigando inclusive nos partidos da esquerda. Prova disso é a filiação do empresário e ex-deputado federal pelo PT, Jesus Rodrigues (PI) ao PSOL. Após desistir de concorrer a reeleição em 2014 por desavenças com o diretório estadual, Rodrigues filiou-se ao PSOL, inclusive sendo eleito para o diretório municipal de Teresina. Essas movimentações devem ser observadas atentamente, assim como deve ser observada a crescente contradição do PSOL em integrar as suas fileiras políticos burgueses como Glauber Braga e Jesus Rodrigues sem grandes questionamentos ao mesmo tempo que impõe grandes restrições a entrada dos trabalhadores e jovens do MRT.




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