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POLÍTICA | Ao voltar de Israel, Bolsonaro tentará rearticular forças para atacar os trabalhadores com reforma

O retorno de Bolsonaro ao Brasil, depois de visita à Israel, deve ser seguido de uma força-tarefa do governo para tentar conter as fissuras abertas pelas recentes crises, com reuniões com líderes de diversos partidos. O objetivo é avançar nos trâmites para a reforma que vai impor que os trabalhadores trabalhem até morrer.

segunda-feira 1º de abril de 2019 | Edição do dia

Após uma semana de rusgas e embates públicos protagonizados por Bolsonaro e Rodrigo Maia, que deixaram no ar a incerteza devido às dificuldades sobre como avançar com a reforma no Congresso, Bolsonaro tenta responder às críticas sobre a má articulação da reforma. Para isso, busca Onyx Lorenzoni e se reúne com as lideranças das principais forças do Congresso, junto aos lideres do governo.

Se, por um lado, as disputas entre Moro e Maia deixaram claro que existem dois métodos para a aprovação dos ajustes no Brasil - um baseado em uma forte coerção, se usando dos métodos inconstitucionais de autoritarismo e arbitrariedade da lava-jato dentro do governo, e outro, mais a cara de Rodrigo Maia, de seguir a lógica do fisiologismo político dos acordões em troca de cargos – por outro lado, essas disputas mostram que, mesmo com rusgas, um acordo fundamental existe entre estes dois setores, que é a necessidade de aprovação da reforma da previdência e a necessidade de entregar o país para uma submissão cada vez maior ao imperialismo.

A “força-tarefa” de Bolsonaro visa “retomar o prumo” para aprovação desse ataque brutal, que vai fazer com que os trabalhadores trabalhem até morrer, estabelecendo uma idade mínima de 65 anos para os homens, e 62 para as mulheres, forçando a contribuição durante 40 anos para se obter a aposentaria integral, e reduzindo drasticamente os valores que hoje se recebem. Ou seja, na prática, o fim da aposentadoria aos trabalhadores. Afinal, a boa relação de Bolsonaro com seus aliados internacionais depende profundamente do avanço desses ajustes e de aprofundar a política neoliberal e de submissão às potencias imperialistas no Brasil.

Bolsonaro e seus líderes de governo querem acelerar o processo de aprovação da reforma porque sabem que o governo depende da aprovação do capital financeiro internacional, principal pressão para que haja a reforma o quanto antes.

A luta contra esse ataque exige uma preparação muito forte nas bases das categorias de trabalhadores e também da juventude estudantil. É por isso que exigimos das centrais sindicais, especialmente da CUT e da CTB, que rompam com a trégua que estão, aproveitando este momento de instabilidade sobre os planos da burguesia de como seguir com a reforma,. Precisam colocar de pé um forte plano de lutas para enfrentarmos não só a reforma, mas todos os ataques do governo Bolsonaro. É preciso organizar a luta desde as bases e canalizar a força dos trabalhadores que se opõe e estão dispostos a lutar contra a precarização total de nossas vidas e de nossas condições de trabalho.




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