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EFEITO CORONAVÍRUS | Anúncio de fechamento das montadoras do ABC: os trabalhadores podem assumir o controle e produzir respiradores

Enquanto grandes montadoras anunciam a paralisação de suas atividades e suspensão de investimentos, junto a férias coletivas de 50 mil trabalhadores no ABC, por que essa força operária não pode assumir o controle e produzir respiradores, tão necessários e em falta nesta crise? Os trabalhadores podem apontar a uma saída para a crise sanitária, que afetará suas vidas e de suas famílias.

quinta-feira 19 de março de 2020 | Edição do dia

Em meio à crise do Coronavírus, grandes montadoras como GM, Mercedes-Benz e Volkswagen anunciaram que fecharão suas portas ao final do mês na região do ABC, suspendendo suas atividades por tempo indeterminado, e anunciando férias coletivas aos seus quase 50 mil trabalhadores.

Por sua vez, a GM ainda fará o mesmo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e também na Argentina. Também vai suspender 10 bilhões de investimentos que estavam planejados de 2020 a 2024, fruto de negociações e isenções fiscais com o governo do estado de São Paulo. A Mercedes-Benz também vai suspender suas operações em São Paulo e Minas Gerais, além de distribuição em Campinas (SP).

Ao mesmo tempo, também não é novidade para ninguém que a estratégia dos governos relativas ao isolamento social tem muitos limites. Não somente há muitas dificuldades em parar a contaminação do vírus, como há muitos setores, a começar pelos próprios trabalhadores da saúde, que não podem parar. O grande objetivo dessa estratégia é buscar impedir a falência dos sistemas de saúde, após décadas de precarização e ataques neoliberais, diluindo os contágios no tempo. Mas há grandes dificuldades, como demonstram casos como o italiano e o espanhol.

É a falta de respiradores, de leitos de UTI com equipamentos adequados, que está levando o sistema de saúde ao colapso. O estoque em todo o mundo está diminuindo diante da necessidade de inúmeros países lidarem com essa crise que se aprofunda. Por outro lado, é possível que, com a tecnologia e capacidade produtiva disponível, haja uma saída para esta crise sanitária.

Por que então não passar a produzir, sob controle dos trabalhadores, respiradores nessas fábricas que param?

Justamente porque é a classe trabalhadora, ameaçada de desemprego, sentindo na pele o aumento dos preços e a necessidade de sustentar suas famílias, junto à falência dos sistemas de saúde, quem mais sofre e sofrerá ainda mais com a crise atual, é a classe trabalhadora que pode, a partir da nacionalização dessas grandes empresas, sob seu controle, garantir a produção para a resolução dessa crise sanitária.

Sob seu controle, os ritmos, necessidades, as condições de cuidados (quem fica em casa e quem não, como proteger os grupos de risco), com os quais os próprios trabalhadores se importam muito mais do que a patronal, podem ser decididos da maneira mais democrática, justa e cautelosa, a serviço de uma necessidade social urgente e organizada.

Enquanto a preocupação dos capitalistas está em "salvar seus lucros", falando em "guardar caixa" em meio à crise, acima das milhares de vidas que as piores estatísticas indicam que serão perdidas, é necessário que os trabalhadores assumam o controle.

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