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DESEMPREGO | Antes mesmo da pandemia, dados do desemprego mostravam o aprofundamento da crise econômica

Dados do desemprego no país, anteriores ao auge da pandemia, apontam para tendência mais de longo-prazo de crise econômica.

sexta-feira 15 de maio de 2020 | Edição do dia

Dados relativos ao desemprego no país referentes ao último trimestre de 2019 e ao primeiro trimestre de 2020, anteriores aos efeitos de maior grau da pandemia no país que hoje é um dos epicentros da pandemia, apontam que desemprego no país já possuía características algo mais estruturais, com índice de desemprego de 12,2% e 12,9 milhões de desempregados. Os efeitos avassaladores da pandemia sob o emprego e renda vem para amplificar elementos de um quadro já bastante ruim para o conjunto dos trabalhadores.

Há algumas semanas atrás, não era incomum ouvir de alguns analistas financeiros do país que os efeitos econômicos da pandemia no país não seriam mais que uma “barriga” (queda acentuada) numa curva que vinha, não sem percalços, numa tímida, porém constante retomada em seus principais fundamentos, super abalados desde a crise de 2008. Obviamente, as seguidas reformas dos governos golpistas, como a reforma trabalhista de Temer e a da previdência de Bolsonaro, algo contribuíram para a melhora de alguns dados econômicos, em detrimento das condições de vida dos trabalhadores.

Os dados vêm desmentindo essas hipóteses e junto com a crise política que está instalada no país, a tônica se inverte e a grande mídia é obrigada a anunciar projeções para o PIB do ano de queda de 5%, com projeções negativas também para 2021. Segundo os recentes dados anunciados pelo IBGE, a taxa de desemprego para o primeiro trimestre de 2020 já havia atingido 12,9 milhões de pessoas, com 12,2%. Com jovens (27,1%), mulheres (15,5%) e negros (15,2%) entre os mais atingidos. O quadro todo mostra que os efeitos de crise econômica são mais de longo-prazo e estão para ficar no país.

Considerando os efeitos da pandemia, a tendência é que esses números cresçam significativamente. Para o pós-pandemia alguns analistas já falam numa taxa de desemprego de 25%. Essa dinâmica apontou os dados dos Estados Unidos, por exemplo, (que fazem o cálculo do índice semanalmente) e ostenta o histórico número de cerca de 30 milhões de desempregados, maior desde a Crise de 1929. A MP de Bolsonaro, conhecida como MP da Morte, vem sendo a maior expressão dos projetos dos governos para lidar com os efeitos da economia, que consistem em preservar o lucro dos patrões e retalhar a renda e o emprego dos trabalhadores. Com um mês a MP já contabilizou: mais de 7,2 milhões de brasileiros com reduções drásticas de salário e mais 3,9 milhões de trabalhadores com contratos suspensos. Dos acordos assinados referentes a MP da morte, 54% são de contratos suspensos, ou seja, a maioria. Deixando assim, milhares de trabalhadores na miséria.

Há tarefa de enfrentar o desemprego, a miséria e a pandemia não é uma tarefa fácil, mas que deve ser tomada como de ordem do dia. As direções sindicais tradicionais só estão interessadas em manter a divisão e passividade entre os trabalhadores, reinando nessas importantes trincheiras que são os sindicatos para a luta dos trabalhadores. Sindicatos combativos organizariam reuniões, comitês, assembleias e manifestações presenciais, com todas as medidas de segurança, ou virtuais para as categorias que seguem trabalhando ou que foram afastadas com as suspensões, para organizar um plano que garanta que os trabalhadores possam brigar contra governos e patrões por suas vidas e empregos.

Também vemos o problema do Auxílio Emergencial que o governo enrola para pagar em dia e negou auxílio para inúmeras pessoas que estão desempregadas ou sem renda. Além de ser um valor insuficiente para a população se manter em meio ao Coronavírus. É necessário também exigir uma renda mínima de R$ 2000 para toda a população pode se manter isolada com segurança. Assim todos os trabalhadores que são do grupo de risco e ainda segue trabalhando, devem ser liberadas sem serem demitidas. As vidas dos trabalhadores valem muito mais que os lucros dos capitalistas.

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