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MISERÁVEIS | Amazon: ações nas nuvens, saúde dos trabalhadores no chão

Essa terça-feira as ações da empresa de Jeff Bezos cresceram 5,3% e fecharam o dia com o valor de 2283,32 dólares na NASDAQ enquanto dezenas de seus trabalhadores estão infectados por Covid-19.

quinta-feira 16 de abril de 2020 | Edição do dia

A empresa Amazon, líder no comércio eletrônico e especializada em serviços de comunicação, foi notícia nessa terça-feira no mundo inteiro pois, a contramão de uma economia mundial que cai vertiginosamente afetada pela pandemia, viu subir suas ações num preço recorde.

Os papéis da empresa de Jeff Bezos valorizaram-se em 5,3% e ficaram em 2283,32 dólares cada uma na NASDAQ, que é a segunda maior bolsa de valores dos Estados Unidos. Isso se dá porque nas últimas semanas, ao fechar os negócios, a demanda do comércio eletrônico aumentou muitíssimo.

A companhia vem sendo notícia desde que o coronavírus se expandiu no pais governado por Donald Trump, não pela qualidade de seus serviços, mas pela negligência que trata seus trabalhadores, expondo-os ao contágio sem garantir medidas de seguridade e nem materiais de proteção pessoais como máscaras e luvas.

Para piorar, de seus 74 centros de distribuição, em 50 houveram denúncias de casos positivos de Covid-19. O lógico deveria ter sido fechar de imediato as instalações, higienizando esses espaços e dando licenças pagas aos seus empregados. Mas a companhia de Bezos não só, não implementou medidas similares a essas, como castigou os trabalhadores que as reivindicaram.

Foi assim que, depois de uma greve protagonizada pelos empregados da sede JFK8 de Staten Island, Nova York, despediram Chris Smalls, um dos organizadores. Para piorar, vazou na imprensa que os principais executivos da Amazon estavam planejando uma campanha de difamação pública contra ele. O objetivo era que se falasse que ele que não é “inteligente nem articulado”, ao invés de atender aos motivos do protesto.

Já em 2018 havia conhecimento de denúncias onde a Amazon capacitava seus gerentes falando abertamente que evitem a sindicalização. Talvez com esse tipo de práticas anti-sindicais, se encontra o “segredo do êxito” de Jeff Bezos. O homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, com uma fortuna de 113 000 milhões de dólares, não se importa em enviar seus trabalhadores para trabalhar com todos os riscos de adoecimento, nem de deixá-los nas ruas sem dinheiro e sustento para alimentar suas famílias.

Os trabalhadores da Amazon e de outras empresas dos Estados Unidos já começaram a expor seu descontento frente a forma que as empresas os obrigam a trabalhar. E a causa não poderia ser mais justa. Enquanto os trabalhadores veem e a si próprios e suas famílias expostos ao contágio do coronavírus, os capitalistas como Bezos, veem aumentar seus lucros aos montes que nem sequer em dez vidas poderão gastá-los.

Ao final dessa edição, não estávamos inteirados que Emanuel Ginobili, outro milionário, falou em uma entrevista que seu maior medo é “a rebeldia do proletariado”. Faz bem em se preocupar




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