O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (13) a prisão de Cesare Battisti para que ele possa ser extraditado para a Itália. Trata-se de uma perseguição e prisão política.
sexta-feira 14 de dezembro de 2018 | Edição do dia
Mais uma vez demonstrando o alinhamento de posições entre o STF e o presidente eleito Jair Bolsonaro, Fux voltou atrás de uma decisão anterior sua. Em outubro de 2017 o ministro havia concedido uma liminar vetando a decisão de extradição do governo Temer enquanto a Primeira Turma do STF não julgasse o caso.
Nesta quinta-feira, Fux revogou esta liminar. Disse que cabe ao presidente extraditar ou não alegando que as decisões políticas não competem ao Judiciário - contradizendo a liminar anterior e a própria atuação recente da instituição.
A mudança de posição vem juntamente com o novo governo de transição de Bolsonaro, que já declarou inúmeras vezes que irá expulsar Cesare Battisti
O ex-candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos, se pronunciou contra a prisão de Battisti.
Absurda a decisão monocrática de Luis Fux de mandar prender Cesare Battisti para extradição à Itália, desconsiderando o pleno do STF e a decisão soberana da Presidência da República em 2010 de dar-lhe refúgio político.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 14 de dezembro de 2018
O judiciário, como denunciamos insistentemente ao longo dos últimos dois anos e mais precisamente ao longo das últimas eleições, foi protagonista de inúmeras manipulações, e agora mostra mais uma vez a sua seletividade e autoritarismo em benefício aos interesses de Bolsonaro.
Até o momento, a informação é de que Battisti não foi encontrado pela polícia.
Nós do Esquerda Diário e do MRT, organização que impulsiona o diário, nos manifestamos contrários a qualquer tentativa de extradição e contrários ao mandato de prisão.
Saiba mais: Libertação imediata para Cesare Battisti
Cesare Battisti é perseguido pelo governo italiano, condenado à prisão perpétua sem banho de sol por ter sido militante político pelo partido de extrema-esquerda “Proletários Armados para o Comunismo” na resistência italiana durante o período que ficou conhecido como “anos de chumbo”, entre as décadas de 70 e 80.