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BUROCRATAS SINDICAIS COM CUNHA | Aliado de Cunha, Paulinho da Força deve integrar Conselho de Ética

Aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP) deve integrar o Conselho de Ética a partir desta quarta-feira, 4.

quarta-feira 4 de novembro de 2015 | 00:00

Paulinho pretende tornar-se membro do colegiado que aprecia o processo de cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar no lugar do deputado Wladimir Costa (SD-PA), que renunciará ao assento no conselho por problemas de saúde. Ele passou por cirurgias de coluna.

Diferentemente do que acontece em outras comissões, membros do Conselho de Ética não podem ser substituídos, a não ser em casos de renúncia ou morte.
Inicialmente, a ideia de Paulinho era substituir Wladimir Costa ainda nesta terça-feira, 3, o que não foi possível porque o deputado paraense não apresentou sua renúncia a tempo.

Paulinho diz que integrará o conselho para acompanhar de perto a representação que apresentou na semana passada contra o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que deve ser logo remetida ao colegiado A interlocutores afirmou que, compondo o conselho, "resolve logo dois problemas de uma vez".

Nesta terça-feira, além de dar início ao processo de Cunha, o Conselho de Ética sorteou seis membros para relatar os casos dos deputados Alberto Fraga (DEM-DF) e Roberto Freire (PPS-SP).

Para o processo contra Fraga foram sorteados Betinho Gomes (PSDB-PE), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) e Washington Reis (PMDB-RJ). Para o caso Freire: Paulo Azi (DEM-BA), Leo de Brito (PT-AC) e Vinícius Gurgel (PR-AP), este último também sorteado para o processo de Cunha.

Fraga e Freire são acusados pelo PCdoB de agredir a líder da bancada do partido, Jandira Feghali (RJ), após um bate-boca no plenário durante a votação da Medida Provisória 665. Na ocasião, Fraga disse que mulher que "bate como homem tem que apanhar como homem também".

Jandira perguntou por que a representação chegou tão tarde no Conselho, já que foi protocolada na Mesa Diretora no dia 13 de maio deste ano e só foi devolvida ao colegiado em 28 de outubro. A líder disse entender que havia uma intenção do comando da Casa de "embolar" os trabalhos no Conselho. "É uma posição política clara da Mesa", afirmou.

"Quando vossa excelência entender, vossa excelência me explique", respondeu o presidente do colegiado José Carlos Araújo (PSD-BA). "Não posso explicar o inexplicável", emendou.

Paulinho da Força é um exemplo do que há de mais reacionário na política brasileira, e de mais danoso para a classe trabalhadora. A central sindical por ele dirigida, a Força Sindical, é uma das mais pelegas e mais conservadoras do país. Em agosto passado, logo após ser denunciado por lavagem de dinheiro, Eduardo Cunha foi recebido por Paulinho e por militantes da Força Sindical na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo sob gritos de "Cunha é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo".

A cumplicidade entre políticos de direita e centrais sindicais também de direita, como a Força Sindical é um fator que colabora com a implementação de graves ataques aos direitos dos trabalhadores como as MPs 664 e 665.

Também não podemos esquecer que as centrais sindicais que apoiam o governo do PT (CUT e CTB) têm ajudado a implementar o PPE (Plano de Proteção ao Emprego, mas que na prática protege o empresário), que reduz o salário dos trabalhadores. Todas essas centrais já mostraram a que vieram: para frear a mobilização e se colocar ao lado dos patrões, atacando os direitos dos trabalhadores das bases que os elegeram.

A vitória da classe trabalhadora sobre o ajuste fiscal apenas ocorrerá se as direções reacionárias, pelegas e governistas forem superadas. Nos inspiremos nas lutas dos rodoviários de Porto Alegre e dos garis do Rio de Janeiro no início de 2014. Apesar de todas as ameaças vindas das patronais e das próprias majoritárias de seus sindicatos, esses trabalhadores levaram a luta até o fim, garantindo com a força de sua mobilização, conquistas expressivas. A luta contra o arrocho salarial, o PPE e as demissões depende de uma mobilização independente das direções sindicais traidoras.




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