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Escalada militarista | Alerta: Europa pede um fundo de defesa diante da “guerra que se aproxima”

O chefe da diplomacia europeia pediu nesta terça-feira a criação de um fundo europeu de defesa para preparar a capacidade militar da União Europeia, num cenário de maiores tensões e conflitos geoestratégicos, e diante de possíveis mudanças na política externa dos EUA após as eleições.

terça-feira 9 de abril | Edição do dia
Josep Borrel

Josep Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, pediu nesta terça-feira a criação de um fundo europeu de defesa para construir a capacidade militar dos Estados imperialistas europeus diante de possíveis mudanças na política externa norte-americana (um novo governo Trump, que ameaça a estabilidade da O) e para posicionar a UE como “o pilar europeu da OTAN". Tudo isto no contexto da guerra na Ucrânia e do ano eleitoral americano.

Borrell comparou a ideia deste fundo de defesa com o fundo que a UE aprovou para fazer frente à crise financeira de 2008. Afirmou também que os estados europeus precisam aumentar os seus gastos militares diante da possibilidade de uma mudança na política externa dos EUA com uma hipotética vitória de Donald Trump em Novembro: “dependendo de quem governa em Washington, não podemos confiar no apoio americano e na capacidade americana de nos proteger”.

O diplomata espanhol prevê um futuro de competição entre as grandes potências, de conflitos de alta intensidade entre Estados, de militarização da interdependência econômica e de guerra cibernética. Para Borrell, a guerra “se desenha no horizonte e não é um assunto menor”.

Alarmantemente, o alto funcionário da UE instou os países europeus a reorganizarem a sua política externa conjunta para uma evolução no cenário internacional onde o seu papel como centro imperialista poderia ser afetado se não atualizarem suas capacidades militares, na opinião de Borrell, quem também antecipa que no próximo ciclo político haverá uma luta entre Bruxelas e os governos nacionais para ver se são ou não cedidos poderes de defesa para tentar tornar a Agência Europeia de Defesa eficaz e os investimentos militares coordenados.

Por outro lado, vale a pena lembrar que no mês passado a Comissão Europeia propôs uma estratégia para impulsionar a indústria militar europeia e quer que a UE dedique 50% do seu orçamento de defesa a contratos europeus até 2030 e 60% até 2035. Neste contexto, ocorreu o encontro de Pedro Sánchez com representantes da indústria armamentista do Estado espanhol.

Num novo ciclo de crises e guerras, o alto funcionário europeu lembrou aos seus colegas nas instituições burguesas a necessidade de remilitarizar as sociedades e preparar-se para reafirmar o poder imperialista através da força. Uma lição que as elites nunca esqueceram se observarmos as diferentes intervenções e invasões das últimas décadas no Médio Oriente ou em África, mas que no último período foram discursivamente escondidas com um discurso pacifista dentro dos países imperialistas.




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