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CRISE HÍDRICA | Alckmin anuncia fim da crise hídrica, mas torneira segue sem água

O governador tucano Geraldo Alckmin informou essa semana, com a maior cara de pau do planeta, que a “questão da água está resolvida”, segundo o mesmo “A questão da água está resolvida, porque nós já chegamos a quase 60% do Cantareira e 40% do Alto Tietê. Isso é água para quatro ou cinco anos de seca”.

quinta-feira 10 de março de 2016 | 01:30

Vale lembrar que SP viveu sua maior crise hídrica desde 1953. Como já é de costume, Alckmin aproveitou a crise para avançar ainda mais na privatização do estado de São Paulo. Fez isso a partir das obras de um novo sistema de abastecimento chamado São Lourenço, que segundo cálculos vai gerar cerca de 6,4 metros cúbicos de água por segundo, cada metro cúbico corresponde a 1 mil litros de água. A grande questão é que essas obras estão envoltas em denúncias de superfaturamentos e estão sendo executadas e serão operadas em forma de PPP, isto é, Parceria Público-Privada, nome pomposo de privatização.

Mesmo Alckmin tendo declarado que a crise acabou, a verdade nua e crua é que ela segue na vida e casas de milhares de trabalhadores, moradores dos bairros mais periféricos da região metropolitana de São Paulo - várias denúncias nas redes sociais, dão conta que a água segue escassa e que a noite a vazão é diminuída.

O governo do Estado durante todos os momentos afirma que o problema foi a falta de chuva, fato que sim agravou a situação, mas o que não dizem é que a SABESP sofreu um imenso processo de desmonte e privatização durante os últimos governos tucanos.

Com o estrondoso aumento da terceirização, principalmente no setor de manutenção de tubulações, estimativas realizadas por especialistas dão conta que na cidade de São Paulo exista um vazamento de água em tubulações de ruas a cada 7 metros, o que gera um desperdício de água incalculável, cerca de 40 % de toda água que sai das represas se perde antes de chegar às casas dos paulistanos.

Outro mecanismo de desmonte da Sabesp foi sua abertura de capital, isto é, venda de ações nas bolsas de valores, processo que levou a um pagamento de dividendos, leia-se lucros. O problema que para gerar esses lucros foi preciso justamente diminuir os custos operacionais da empresa, aí mais uma vez, entra a terceirização.

Para se resolver o problema de abastecimento de água na maior cidade do Brasil, é preciso reverter urgentemente esse processo de privatização e desmonte. Exigimos o imediato fim da terceirização, com efetivação de todos os trabalhadores das empresas que prestam serviço para Sabesp. Mas é preciso ir por mais, precisamos de um plano de obras de públicas que leve água encanada e recolhimento de esgotos e que essas obras sejam realizadas por trabalhadores da própria Sabesp, e por último, que essa seja gerida por um comitê eleito entre os seus trabalhadores e usuários, pois só assim será possível garantir que os recursos sejam realmente usados em água e esgoto e não desviados para contas de corruptos.




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