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ÁUDIO DO VICE-PRESIDENTE | Afobado, Temer divulga áudio com pronunciamento como presidente

A votação do impeachment só está prevista para ocorrer na câmara neste domingo, 17. Esta fala é uma espécie de carta de apresentação do que seria uma gestão capitaneada por ele.

segunda-feira 11 de abril de 2016 | Edição do dia

No áudio, Temer diz estar fazendo seu primeiro "pronunciamento à nação". Ele diz que decidiu falar "agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar o processo de impedimento contra a senhora Presidente". O Vice – presidente ainda afirma que estava recolhido "há mais de um mês para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas de ocupar o lugar da presidente da Republica".

O Vice – presidente diz que serão necessárias varias ‘’reformas para recuperar o setor produtivo" e diz não querer gerar expectativa falsa. "Tudo isso significara sacrifícios iniciais para o povo brasileiro". Ele ainda afirma que a prioridade deve ser a "pacificação da nação". "A grande missão é da pacificação do país, da reunificação do país. (...) Aconteça o que acontecer no futuro é preciso um governo de salvação nacional, de unificação nacional. Que todos os partidos estejam dispostos a dar sua contribuição para tirar o país da crise. Para tanto é preciso dialogo. O fundamental agora é o dialogo. Em segundo, compreensão. E, em terceiro lugar, para não enganar ninguém, a ideia de que vamos ter muitos sacrifícios pela frente para retomar o crescimento econômico".

Nas entrelinhas, Temer deixa claro que o impeachment vai ser contra os trabalhadores

O discurso do vice-presidente é um absurdo. É um absurdo, porque os votos de milhões de pessoas são descartados frente a negociatas que ocorreram nos bastidores onde ninguém sabe o que é negociado. Estes mesmos deputados que se dizem paladinos da "moral e dos bons costumes" para julgar escândalos de corrupção envolvendo seus colegas, estão envolvidos nos mesmos escândalos e em outros que são piores.

Como afirmamos em outros textos no Esquerda Diário, o governo Dilma vem fazendo com que os trabalhadores paguem pela crise econômica, mas os setores que querem o impeachment da presidente querem aplicar ajustes muito mais duros do que o atual governo vem aplicando. E isto se materializou no discurso de Michel Temer quando ele afirma que "a população deverá fazer sacrifícios para retomar o crescimento econômico". Isto só mostra quem vai sair perdendo com o processo de Impeachment são os trabalhadores.

Até agora, a Central Única dos Trabalhadores e outros grupos como o MTST apenas se limitou fazer atos "em defesa da democracia" e discursos radicais de que se tiver impeachment da presidente Dilma terá diversas greves e ocupações. Continuam de mãos atadas pra lutar contra o impeachment, porque apoiam um governo federal que durante todo o seu mandato fortaleceu esta direita que agora quer tirar a Dilma do seu cargo. A luta contra o impeachment tem que estar ligado com a luta contra os ajustes do governo do PT.

Por sua vez, o PSTU continua com o seu discurso de "FORA TODOS" e diz que quem se coloca contra o impeachment está defendendo a presidente Dilma e o governo. O discurso do Vice-presidente mostra que é fundamental a luta contra o impeachment, pois quem vai sair perdendo caso este golpe institucional seja imposto, vai ser primeiramente os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade.

Desde o começo da discussão na Câmara dos Deputados sobre o Impeachment, estamos vendo um silêncio criminoso da CUT que se recusa fazer assembleias de trabalhadores para organizar uma verdadeira luta com greves e ocupações contra o Impeachment, contra as demissões e contra os ajustes do governo. Por sua vez estamos vendo o setor majoritário da CSP-CONLUTAS ligado ao PSTU negando a se colocar contra o Impeachment. Pra resolver este problema que mais do nunca tem que ser a ordem do dia, é necessário que o setor majoritário da CSP-CONLUTAS rompa com a sua política de Fora Todos e faça uma exigência à CUT de que rompa com a subserviência ao governo e tenha um plano de luta contra o Impeachment e os ajustes do governo.




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