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BRUMADINHO | Acordo assinado pela Vale é menor que o previsto e não teve participação dos atingidos

O desastre criminoso da Vale deixou 270 vítimas, entre mortos e desaparecidos e um rastro imenso de devastação ambiental, em tragédia que aconteceu há mais de 2 anos, no dia 25 de janeiro de 2019. Valor do acordo assinado pela Vale e o governo de Minas Gerais, além de ser menor do que o previsto inicialmente, não contou com a participação dos atingidos, segundo denunciam os movimentos sociais envolvidos.

quinta-feira 4 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Conforme foi protocolado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a mineradora deverá pagar um valor indenizatório de R$ 37 bilhões, muito inferior ao que foi calculado pelo Ministério Público e Fundação João Pinheiro, de R$ 54 bilhões.

As negociações envolveram representantes do governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública, e o Tribunal de Justiça de Minas, além da mineradora Vale, responsável pela barragem que se rompeu na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, matando 270 pessoas e deixando um rastro de sangue e lama tóxica. Todas as instituições do regime do golpe envolvidas no acordo que tenta limpar a cara da Vale, menos os diretamente atingidos.

Na manhã de hoje (04), enquanto era selado o acordo, cerca de 150 atingidos pela tragédia da Vale em Brumadinho se manifestaram, na porta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Avenida Afonso Pena, bairro Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, denunciando a falta de transparência do processo e a não participação dos atingidos que leva a Vale a se beneficiar de uma economia de R$ 17 bilhões, em relação aos R$ 54 bilhões pedidos nas ações de reparação.

Esse crime (o maior “acidente” de trabalho da história do Brasil) completou dois anos num cenário em que se aprofunda a crise econômica e socioambiental brasileira, agravada agora pelo coronavírus que, fruto da mesma política do regime do golpe que nos trouxe até aqui, se torna responsável por milhares de outras mortes num Brasil em que a pandemia desnudou a verdadeira face da barbárie que nos reserva o sistema capitalista.

A única reparação possível para tamanho crime seria que a Vale e toda a mineração deixasse de ser predatória e a serviço do lucro, e isso só pode se dar sob a gestão dos trabalhadores, ajudados por controle popular, de representantes eleitos nas universidades, comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, representantes de direitos humanos, atingidos por barragens, ambientalistas, etc.

A luta por indenização justa, participação dos atingidos e reparação é também pela estatização da Vale sob gestão dos trabalhadores e controle popular.

Leia mais: 2 anos do crime da Vale em Brumadinho: lucros e impunidade garantidos pelo regime golpista




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