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PETROBRAS | Ações da Petrobras em queda livre

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

terça-feira 19 de janeiro de 2016 | 00:00

As ações da Petrobras seguem caindo desde o início de 2014, momento em que os escândalos da Operação Lava Jato vieram à tona. Neste período, os papéis preferenciais (tipo de ação mais negociada na bolsa de valores) chegaram a recuar até 69%, de R$16,75 para R$5,17 (valor da última sexta-feira, dia 15).

As justificativas para esta situação se dão por algumas razões: o fato de que não há perspectiva na recuperação do petróleo, a estatal reduziu muito os investimentos, poderá ter no próximo período além de produção menor, uma receita menor também. Além disso, há chances que a Petrobras tenha que pagar uma grande indenização para os EUA. A Petrobras hoje sofre com um endividamento muito grande, e grande parte desta dívida se encontra em dólar, chegando a US$130 bilhões.

A queda que o preço do petróleo vêm sofrendo no último período é bastante reveladora da crise da Petrobras quando analisamos seus valores: o atual "plano de negócios" considerava o valor do barril a US$45, sendo que no último dia 15 o valor do barril chegou a US$28,94. O cenário de excesso de oferta (muito petróleo no mercado) e demanda mais fraca (com poucos compradores) levaram o barril recentemente a recuar abaixo de US$ 30, a maior baixa em 12 anos.

Com o fim das sanções econômicas ao Irã neste último fim de semana, que agora passará a exportar a commoditie e contribuirá ainda mais para o excessivo mercado do petróleo, analistas projetam o petróleo rumo aos US$25 o barril já nas próximas semanas.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta segunda-feira, 18, que o governo está estudando novas medidas regulatórias que possam estimular e reduzir os custos da cadeia de petróleo e gás no Brasil. De acordo com ele, essas ações para baratear a produção são fundamentais para o setor, que precisará conviver com um período de baixos preços no mercado internacional.

A Petrobras hoje conta que pode aumentar seus recursos com a venda de participações e unidade de negócios, ou seja, com a venda de "partes" da Petrobras para os grandes imperialistas, tendo a empresa a meta de desinvestir US$14,4 bilhões somente no ano de 2016.

A queda do preço do petróleo somado aos diversos escândalos de corrupção da Lava Jato pelos quais emergem a petrolífera pressionam o governo para simplesmente defender a privatização do petróleo do nosso país, vendendo a Petrobras a "preço de banana" ao imperialismo mundial. As notícias vinculadas pela mídia burguesa acabam por confundir (propositalmente) os corruptos do alto-escalão da Petrobras com a empresa estatal, parte para justificar a privatização e (re)afirmar que "empresa estatal não funciona".

Para o petroleiro de Duque de Caxias (RJ) Leandro Lanfredi "Vivemos um momento de muita apreensão na empresa. Cada dia ouvimos novos boatos, seja de demissões, PDV, privatização, aumento da terceirização. Cada notícia nos jornais mostra que tem alguém querendo acabar com a empresa para colocar estes recursos da nação em mãos estrangeiras. O PSDB tá fazendo isso, o PT também. A nova notíocia embalada pela Rede Globo e todos grandes jornais e da venda Transpetro. Vendendo a Transpetro para os estrangeiros quebraram a coluna logística da Petrobras preparando seu completo fatiamento. Este projeto tocado pela Dilma é aplaudido pelo PSDB é mais aplaudido ainda pela Shell e outras empresas imperialistas. A campanha contra a privatização da Petrobras é muito necessária, porque precisamos dar uma resposta mais de fundo à esta crise instaurada, que não será das mãos dos gerentes e outros indicados, mas nós trabalhadores controlando a empresa. Temos que lutar para que toda a exploração do petróleo seja não somente 100% estatal, mas também administrada diretamente pelos trabalhadores. Só assim não terá nem privatização nem corrupção".


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