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Abandonada por Doria e Covas, Brasilândia bate recorde de mortes sem ter um hospital

Brasilândia é o sétimo distrito mais populoso de São Paulo, lá já foram contabilizadas 103 mortes por coronavírus. No bairro, por mais abusudo que pareça já que sua população ultrapassa os 250 mil, não há hospital

segunda-feira 4 de maio de 2020 | Edição do dia

As medidas de isolamento são sugeridas e até impostas por Doria e Covas, mas nem todos conseguem ou tem condições de cumpri-la. Na favela, isso é um fato concreto: é onde concentra a maior parte dos trabalhadores que não podem parar de trabalhar e são obrigados a pegar o transporte público lotado todos os dias. As aglomerações são inevitáveis até mesmo dentro das próprias casas que contam com poucos cômodos e vários moradores. Para além disso, milhares de famílias nas periferias não possuem renda para sobreviver no período de quarentena (e já se falta o básico como a alimentação e os produtos de higiene). Esse fato se aprofunda com o atraso do insuficiente auxílio do governo Bolsonaro, que tenta fazer demagogia com os mais pobres numa suposta "defesa" dos empregos, mas que além da MP que corta salários e libera demissões, também acaba por formar aglomerações nas filas das lotéricas. Essa é a realidade: na favela, não existem condições para o isolamento social.

A Brasilândia é um bairro periférico, dentre os mais populosos de São Paulo, que abriga mais de 263 mil moradores dentro dessa realidade. Porém, a dura negligência dos próprios governos com a vida das pessoas faz com que o bairro não tenha um único hospital para atender os moradores. É um absurdo que um distrito que abriga a mesma quantidade populacional de uma grande cidade do interior paulista não tenha hospitais para atender as pessoas adoecidas. Essa ferida aberta se escancara nesse momento de crise pelo coronavírus, e o resultado disso é avassalador: Brasilândia tem o pico de mortes em toda São Paulo, com 103 vítimas fatais da doença.

Isso tudo nos mostra a prioridade que os governos tem, e com certeza a vida das pessoas não é uma delas. O lucro dos grandes capitalistas a quem os governos servem é que impõem aos trabalhadores o lado mais precarizado da vida em todos os âmbitos. Por isso é necessário que os trabalhadores parem de pagar com suas vidas por essa crise e que se comece a mexer nas fortunas dos grandes capitalistas que estão lucrando em cima da crise!

Apenas assim, será possível disponibilizar renda para a construção emergencial de hospitais em bairros como a Brasilândia que sequer conta com um. Teremos também renda que garanta a testagem massiva de toda a população nas favelas, que são os locais mais vulneráveis a disseminação do vírus e à fatalidade.

Toda a barbárie exposta pela pandemia também escancara a necessidade de estatização da rede privada de saúde e sua centralização para o combate ao coronavírus, sob controle dos trabalhadores da saúde, para que não sejam os trabalhadores e o povo pobre os primeiros a continuarem a morrer por falta de leitos. Para além disso, é nessaria a contratação de mais profissionais da saúde, com a garantia de EPIs para que possam estar na linha de frente contra o vírus. Ao contrário do que propõe o prefeito Bruno Covas que pretende "alugar" os leitos de redes de hospitais privados para utilização do SUS, ao mesmo tempo que injeta diretamente o dinheiro público no bolso desses empresários, que irão lucrar mais ainda com a crise sanitária que tira a vida das pessoas.

Para além disso, nós do Esquerda Diário, defendemos a garantia da renda e do emprego aos trabalhadores, propondo, como mínimo, que se pague R$ 2 mil reais a cada trabalhador para que ninguém seja obrigado a pagar com a sua vida pela crise imposta pelos capitalistas!




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