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ELEIÇÕES 2016 | A vitória da direita na maioria dos municípios e a agenda ajustadora do Senado nesta terça

No último domingo (02) foram às urnas cerca de 144 milhões de brasileiros, numa eleição marcada pelas restrições à esquerda, a crise de representatividade, o avanço dos partidos de direita, e em total consonância com o resultado das eleições Senado terá pautas emergenciais de ataque nesta terça (04).

terça-feira 4 de outubro de 2016 | Edição do dia

A agenda do Senado está em conformidade com o resultado das urnas. Com o avanço de políticos milionários, como na principal capital do país que elegeu em 1o turno João Dória, pupilo de Alckmin, a urgência em votar amanhã a proposta de emenda à constituição de autoria de Aécio Neves (PSDB), que tornará ainda mais restritiva a atuação da esquerda no parlamento como já denunciados aqui se fará presente.

Renan Calheiros (PMDB) entusiasta da malfadada reforma política que implicará em mais restrições à esquerda, reduzindo o número de siglas a terem representatividade no congresso, declarou: “Nós temos um amontoado de legendas no Congresso Nacional. 30 legendas, se não me engano, o que dificulta verdadeiramente a construção de uma maioria parlamentar. E sem maioria parlamentar nós vamos ter mais dificuldade na estabilização política”. Ou seja, construir um governo que esteja alinhado aos interesses do empresariado para atacar os trabalhadores e a juventude, essa é a estabilização que buscam os golpistas, e inclusive o próprio PT que reivindica “Diretas Já”.

A reforma prevê que para o parlamentar eleito tenha todos os direitos na câmara (como por exemplo poder participar de CPI’s e formular PEC’s), o partido precisará 2% de votos em no mínimo 14 estados. Em 2022 o limite aumenta para 3%. Ao mesmo tempo, os candidatos que não atingirem o limite vão ser excluídos do tempo de rádio e TV.

Essa reforma visa atacar os partidos de esquerda, sobretudo. O PSOL, por exemplo, que em Belém do Pará e Rio de Janeiro foram para segundo turno nessas eleições, mesmo com a já em voga contra-reforma de Cunha que permite à mídia escolher os candidatos que participarão dos debates, tem reduzido a zero o seu tempo de rádio e TV.

A pauta de votações emergenciais desta terça (04) também inclui o teto de gastos do governo para o próximo período, incluindo gastos com educação e saúde, que sofrerão com a redução de verbas. Ao mesmo tempo em que votam emergencialmente o salário dos ministros do STF.

O papel que o partido judiciário vem cumprindo na consolidação do golpe e na aplicação da agenda de ajustes, que acelera a reforma trabalhista que tanto exigem os empresários e a mídia, tornando possíveis acordos entre patrões e sindicato estarem acima da CLT. Não a toa votam amanhã no retorno do recesso pós-eleições, os acordos que já haviam fechado para consolidar o golpe contra os trabalhadores e a juventude.

A mídia saudou o resultado das eleições

Ao longo de todo o dia a mídia saudou a vitória da direita em vários estados importantes como São Paulo e Salvador que em primeiro turno elegeram Dória e ACM Neto respectivamente, enquanto lançava mão de matérias que expressavam a derrota do PT nas eleições municipais. O PT perdeu mais de 50% das 630 prefeituras que detinha, ao passo que o PSDB passou a administrar 793, 107 cidades a mais, e o PMDB passou a administrar 13 a mais nestas últimas eleições municipais.

O resulta indica que parte da crise de representatividade foi capitalizada pela direita, entretanto a quantidade de votos nulos e brancos, em várias cidades do país superou o resultado de vários candidatos.

Significa que a crise segue aberta, e que as ideias anticapitalistas, independente do PT e do golpismo, tem abertura, pois mesmo com todas as restrições, sem tempo de radio e TV, candidaturas anticapitalistas do MRT que saíram pela primeira vez angariaram milhares de votos, demonstrando que é preciso disputar a consciência da classe trabalhadora, e fazer uma campanha de princípio, que combata realmente a demagogia da direita e do PT, exigindo o Fora Temer, mas também que as centrais sindicais saiam em luta na construção de uma greve geral de verdade, e não a de boletins, atos corporativos, e controlados burocraticamente por fora da base, para derrotar os ataques e a direita golpista.




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