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CRISE IMIGRATÓRIA | A unidade dos trabalhadores nativos e imigrantes para frear a tragédia migratória

André Barbieri São Paulo | @AcierAndy

quarta-feira 23 de setembro de 2015 | Edição do dia

Os trágicos capítulos da crise migratória europeia continuam comovendo o mundo inteiro. As imagens chocantes da criança Aylan Kurdi, refugiado sírio de apenas 3 anos, mostrou ao mundo a verdadeira face das políticas racistas e antiimigratórias dos governos na Europa.

São mulheres, homens e crianças que fogem da Síria, do Iraque e do Afeganistão, países do norte e do centro da África, atravessados por guerras e graves crises sociais, conseqüências da crise econômica e da intervenção imperialista na região.
Os maiores provedores de imigrantes para a Europa são justamente os países que mais sofreram a opressão imperialista nas últimas décadas.

Contra uma classe trabalhadora que é crescentemente internacional em sua composição e extensão, a burguesia opõe um racismo “institucional”. Ela busca incessantemente acrescentar às velhas desigualdades de classe e de gênero, novas desigualdades de base étnica, nacional e religiosa, a fim de enfraquecer a luta comum pela emancipação dos trabalhadores.

A burguesia se utiliza, portanto, das divisões entre fronteiras nacionais para acentuar o antagonismo entre trabalhadores nativos e imigrantes, entre trabalhadores imigrantes de diferentes nacionalidades e inclusive entre os de uma mesma nacionalidade. Quando um trabalhador nativo culpa um trabalhador imigrante pelo desemprego ou baixos salários, o único que ganha com isso é o capitalista.

Isso porque, apesar do reacionário discurso anti-imigratório, a intenção não é impedir a imigração: os estados capitalistas não podem dispensar de um certo volume de trabalho imigrante, de trabalhadores temporários hiperflexíveis que, constrangidos pela sua própria situação, sejam obrigados a aceitar qualquer sacrifício e a superexploração do trabalho.

Pelo contrário, quando os trabalhadores se enfrentam contra o mecanismo capitalista de lançar os trabalhadores de distintas nacionalidades uns contra os outros, para lutar juntos pelos direitos sociais e políticos, contra a xenofobia e o racismo e a islamofobia, contra todo tipo de opressão às mulheres trabalhadoras imigrantes, por trabalho digno, isso fortalece o conjunto da classe trabalhadora contra os capitalistas de toda a Europa.

Por isso, a unidade dos trabalhadores independente dos países de origem é fundamental para enfrentar o racismo da burguesia europeia. É necessário enfatizar o conteúdo do internacionalismo que ligue indissoluvelmente a defesa de plenos direitos sociais e políticos para os imigrantes à luta anti-imperialista da classe trabalhadora européia contra os estados nacionais capitalistas e suas fronteiras.

As importantes ações em solidariedade aos refugiados e imigrantes na Europa, como a marcha de 20 mil pessoas em Viena na Áustria, a manifestação de 10 mil pessoas em Dresden (capital dos movimentos neonazistas na Alemanha), e a jornada em defesa dos refugiados em várias cidades na Europa neste último 12 de setembro são grandes passos para uma campanha internacional que funda os interesses dos trabalhadores através das fronteiras e etnias contra o imperialismo europeu.

São os poderosos dos países imperialistas, as Merkel, os Hollande, os Cameron, os Renzi, e os Obama, com suas políticas de saque, ajuste, suas leis racistas, seus exércitos e suas polícias, os responsáveis por este horror social, que só a classe trabalhadora pode enfrentar unindo sua luta e organização à escala internacional para derrubar estes estados capitalistas, e levantar sobre suas ruínas uma nova sociedade de homens e mulheres livres, onde as fronteiras não sejam propriedade de nenhum estado e sim desapareçam em favor do território mundial livre para a humanidade sem classes.




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