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ENTREVISTA | "A reitoria trabalha com a desinformação", entrevista com Bruno Deusdará, presidente da ASDUERJ

sexta-feira 3 de abril de 2015 | 00:45

Entrevistamos Bruno Deusdará, professor do Departamento de Letras da UERJ e presidente da Asduerj (Associação de Docentes da UERJ) sobre o enorme déficit de professores devido à crise da UERJ.

ED: As aulas no CAP-UERJ foram adiadas pela quarta vez, o déficit de professores é de quase 600, como está à situação da contratação de professores nas outras unidades da UERJ?

B.D: A Lei estadual em vigor prevê casos emergenciais, para não prejudicar serviços essenciais. Do nosso ponto de vista, o mais correto a ser feito seria a recondução dos atuais contratados até a chegada dos novos professores concursados. A reitoria, como sempre, preferiu economizar, retardar o processo, deixar alunos sem professor e desrespeitar direitos daqueles que já têm um vínculo bastante frágil com a Universidade (os professores substitutos). No CAP, ainda há muitas turmas sem professor, quase metade delas, e nenhuma pode ser fechada. Na FFP são 185, na Educação 101, no IME 100, na Letras mais de 40, mas muitas turmas foram atribuídas aos professores, que ficaram sobrecarregadas.

ED: A situação é insustentável, quais são as alternativas que os professores estão discutindo para enfrentar esses ataques?

B.D: A reitoria trabalha com a desinformação. Na era virtual, os professores da UERJ não recebem nenhum informativo semanal da Universidade em que trabalham. Os alunos também não recebem informações institucionais. Muitos de nós estamos sabendo do que acontece pela grande imprensa. Assim, um primeiro passo é levar a informação, coletivizar as avaliações para elaborar estratégias de ação. Estamos fazendo contato com as unidades para agendar reuniões locais. Será preciso fazer manifestações públicas, ir ao Palácio Guanabara, para mostrar que a situação da UERJ é muito grave!

ED: Como você encara a necessidade de aliança entre professores, estudantes e funcionários?

B.D: Na última assembleia, aprovamos o indicativo de assembleia comunitária, que precisa ser construído agora entre os três setores. É muito importante que haja assembleia de estudantes e de técnicos e que os segmentos discutam essa política de ação conjunta. A solução para a crise, do nosso ponto de vista, passa necessariamente por uma aliança produzida na luta.


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