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CORTES PRONATEC | A “pátria educadora” é uma mentira: corte de 2 milhões de vagas no PRONATEC

Nessa quarta feira o governo acaba de anunciar o corte de cerca de 2 milhões de vagas no PRONAC, cerca de 66% a menos de vagas em relação ao ano anterior.

Isabel Inês São Paulo

quinta-feira 11 de junho de 2015 | 02:47

Nessa quarta feira o governo acaba de anunciar o corte de cerca de 2 milhões de vagas no PRONAC, cerca de 66% a menos de vagas em relação ao ano anterior. Serão criadas apenas um milhão de vagas esse ano, em 2014 foram abertas cerca de 3 milhões. O PRONATEC, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, foi um dos principais eixos de campanha da presidente Dilma no processo eleitoral do ano passado, ligado a política que o governo tentou vender de “pátria educadora”.

Dilma que durante as eleições prometia mais investimento em educação, prometeu abrir mais de 12 milhões de matriculas no PRONATEC até 2018, uma tentativa clara da governanta e do seu partido, o PT, se localizarem na juventude, querendo aparecer como o governo do ensino, para dialogar com a juventude que desde junho de 2013 vem mostrando sua insatisfação frente as demandas sociais. Contudo o que vimos é que o governo mentiu, a educação foi justamente a principal área afetada com os cortes.

Os atuais cortes no PRONATEC são parte de um projeto conjunto que desde o inicio do ano cortou verbas para as universidades públicas e para os projetos de auxilio ao ensino como FIES, nesse caso os cortes abriram uma crise nacional, com estudantes correndo o risco de serem expulsos, o que gerou atos e manifestações em diversas universidades.

Mas existe uma lógica por trás desses cortes, 66% de corte no PRONATEC significa um ataque centralmente a juventude trabalhadora, e mais precarizada, que opta por um curso técnico mais rápidos e profissionalizante para que possam entrar no mercado de trabalho, sendo que muitos desses jovens não tem acesso ao ensino superior, seja por não conseguirem pagar nas Universidade privadas, seja por não conseguirem passar no vestibular das Universidades públicas.

Esse corte é cirúrgico, uma vez que o Brasil tem entrado de cabeça na crise econômica mundial com queda no PIB de 1,3%, que já vem se expressando na oferta de emprego em geral, mas principalmente na indústria, para qual a maioria do ensino profissionalizante é voltada. A atividade industrial do ano até abril levou uma queda de 9,1%, muitas indústrias vêm demitindo, e estancando as contratações, por isso os cortes já são uma preparação do governo para diminuir a mão de obra especializada e adequá-la aos ritmos lentos da economia.

Enquanto a aprovação do PL 4330 já indica para onde essa camada de jovens sem formação e sem emprego será empurrada, para serviços terceirizados e precários. Nesse ponto vemos duas crises profundas abertas pela juventude e os trabalhadores ao governo do PT, por um lado, foi esse governo que triplicou a terceirização nos seus 12 anos de mandato, e deve aumentar muito mais agora via cortes na educação e a aprovação do PL 4330, que vem gerando insatisfação em amplas camadas do movimento operário.

Por outro lado, foi o governo que fincou os grandes monopólios da educação no Brasil, garantido os lucros dessas empresas via repasses do FIES. Segundo dados do Bradesco, o programa responde por 49% das receitas totais da Ser, 44% da Kroton, 40% da Estácio e 38% da Anima, enquanto corta financiamento para educação pública, as vagas do FIES e o ensino profissionalizante do PRONATEC.

Essa ligação de fatores leva a algumas conclusões, que o futuro da juventude está sendo questionado pelo capitalismo via cortes na educação, assim a resposta a esses cortes deve ser um elo para a juventude conseguir aparecer como a principal defensora dos direitos que deveriam ser de toda a população, que é a educação e chamar toda a população a ver que a origem de toda a crise é do governo e das empresas que buscam lucrar em cima dos jovens e trabalhadores.

Para isso, levantar uma política que unifique os jovens da Universidade privada, com a pública e com o ensino profissionalizante deve estar no centro, lutando para que cada vaga no FIES e PROUNI seja estatizada, abrindo assim mais vagas para que todos tenham acesso ao ensino público com qualidade, e o financiamento que hoje vai para os monopólios do ensino,vá para garantir permanência e estrutura nas Universidades públicas, lutando assim para que o ensino e a universidade estejam a serviço dos trabalhadores.

Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR




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