Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED
quinta-feira 19 de janeiro de 2017 | Edição do dia
A morte de Teori Zavascki, ministro relator da Lava Jato no STF, em um acidente aéreo que também vitimou ao menos outras duas pessoas é um evento trágico, que imediatamente gerou grandes suspeitas em todo o país. Abre um novo capítulo na crise política. Não há fatos, até o momento, que permitam dirimir as dúvidas que percorrem todas conversas no país. Zavascki ratificaria em poucos dias a delação da Odebrecht; caso o STF siga seu regimento interno, o golpista Temer, que foi citado 43 vezes na delação de Cláudio Melo Filho (ex-executivo da Odebrecht), poderá nomear o novo relator. Temer fez uma declaração protocolar de homenagem a Zavascki.
Nossa política sempre se delimitou tanto do regime político corrupto quanto da Lava Jato, que procura substituir um esquema de corrupção e impunidade por outro. Por isso, não confiamos que a morte de Teori possa ser elucidada pelas forças policiais e judiciais do país, tão envolvidas nos obscuros interesses políticos e econômicos que movem a Lava Jato, bem como aqueles que buscam um pacto de impunidade.
Para conhecer a verdade desse acidente, bem como dos imensos esquemas de corrupção que são divulgados e ocultados conforme interesses políticos e econômicos, sem uma comissão de investigação independente composta por sindicatos, intelectuais, organismos de direitos humanos, dificilmente se poderá saber a verdade por trás da corrupção e destes suspeitos eventos.
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