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UFABC | A melhor forma de apoiar a luta dos estudantes de RI é convocar assembléias de curso em toda UFABC

No dia 9/4, os estudantes de R.I. deram um forte exemplo a ser seguido, quando, diante das medidas de aprofundamento da precarização e elitização do curso (frente ao enorme ataque de redução da oferta de vagas nas turmas) eles decidiram apostar em suas próprias forças, em uma assembleia que contou ao todo com mais de 70 estudantes, e votaram por paralisar suas aulas na quinta (18) e realizar uma atividade para conscientizar todes dos riscos que o curso corre. Generalizar as assembléias de curso é o caminho para massificar o movimento estudantil e aliados aos TAEs em greve poder lutar por permanência sem precarização, com reposição integral do orçamento que sofre cortes desde o governo Dilma em 2014, por contratação de professores e a revogação do Arcabouço Fiscal.

sexta-feira 12 de abril | Edição do dia

Desde a Assembleia Geral des Estudantes do dia 27/3, nós da Faísca Revolucionária viemos batalhando para enfrentar os ataques mais sentido pelos estudantes na UFABC (como os problemas de permanência estudantil, a precarização e elitização dos cursos, além do corte de bolsas), conectando-os aos efeitos nefastos da conciliação de classe do governo de Frente Ampla Lula-Alckmin que mantém os ataques promovidos por Temer e Bolsonaro, como as Reformas Trabalhista e da Previdência, o Novo Ensino Medio, além de criar seus próprios mecanismo neoliberais, como o Arcabouço Fiscal, que garante o 0% de reajuste pros TAEs, incentiva as terceirizações - que já mostram na UFABC sua face perversa com a segregação que impede as trabalhadoras do RU de usar o fretado, ou o valor de visitante que os terceirizados pagam pra se alimentar - e impede a recomposição orçamentária que, desde o governo Dilma, em 2014, acumula cerca de 8 bilhões de cortes na educação.

Nossa proposta é: enfrentar a precarização da Universidade através da nossa auto organização, o que passa pelas assembleias de curso para convocar os estudantes a serem sujeitos dessa luta, através de criar um espaço onde possam se expressar, refletir coletivamente e propor os caminhos da nossa luta por recomposição orçamentária, a contratação de professores e contra o Arcabouço Fiscal. O que só é possível com um movimento estudantil independente dos governos e da Reitoria.

No dia 9/4, os estudantes de R.I. deram um forte exemplo a ser seguido, quando, diante das medidas de aprofundamento da precarização e elitização do curso (frente ao enorme ataque de redução da oferta de vagas nas turmas) eles decidiram apostar em suas próprias forças, em uma assembleia que contou ao todo com mais de 70 estudantes, e votaram por paralisar suas aulas na quinta (18) e realizar uma atividade para conscientizar todes dos riscos que o curso corre.

É urgente cercar o curso de R.I. de solidariedade para arrancar as nossas reinvindicações, como a contratação de mais professores, e impedir o avanço da precarização, que tende a impactar não apenas os estudantes de BCH que almejam cursar RI, mas também diversos outros cursos da UFABC, como Neurociência, Sistema de Computação, e outros que já sofrem com falta de docentes. Para isso, a melhor forma é que cada C.A. convoque sua Assembleia de Curso e possa definir suas pautas específicas e sua conexão com a luta nacional que conta com a greves dos TAEs, docentes e estudantes, além dos professores do Ceará.

Os obstáculos colocados para conectar os cursos na UFABC com a greve das federais

Já são mais de 60 universidades com greves dos TAEs desde o 11 de Março, que se combinam com greve de docentes, como na UNB, e greves estudantis que começam a surgir para se enfrentar com o Arcabouço Fiscal que estrangula os orçamentos das universidades federais. É escandaloso que a União Nacional dos Estudantes (UNE) não tenha ainda sequer realizado uma postagem no Instagram referente as greves em curso, ou organizado os estudantes desde as bases em Assembleias com direito a voz e voto para pautar a nossa luta. Como disse a Virgínia Guitzel, estudante de R.I., na última Assembleia, faz muita falta, nesse processo de luta, uma unificação e coordenação das diferentes frentes para que nenhum curso fique isolado e, assim, seja derrotado.

Nós da Faísca Revolucionária, desde as eleições do DCE/CONUNE e da nossa participação com 5 delegados no Congresso da UNE, viemos dizendo que era preciso um plano de lutas organizado pela nossa entidade nacional para revogar o Novo Ensino Médio e o Arcabouço Fiscal, mas infelizmente a direção majoritária composta pelo PT, UJS e LPJ impuseram que a nossa entidade se tornasse um braço do governo de frente ampla Lula-Alckmin. Por isso, que o Diretório Acadêmico de SBC, também dirigido pelo PT, não convocou sequer uma Assembleia para debater esses ataques, uma vez que defende abertamente o próprio Arcabouço Fiscal, e compartilha o mesmo projeto de universidade petista, baseado na terceirização, com a Reitoria.

E nesse cenário, é lamentável a postura do movimento Correnteza (que na UFABC é a principal direção do DCE, junto com o PSOL e o PCB), que, ao invés de utilizar da sua força como principal grupo na Oposição de Esquerda na UNE, onde inclusive tem o cargo de segunda vice presidente, foi conivente com a subordinação da UNE ao governo federal e ainda hoje se recusa a nomear os responsáveis pela situação de precarização da educação, expresso na imposição de reajuste de 0% para os TAEs, mostrando que é um tipo de "oposição" que o governo gosta.

Na UFABC, isso é muito evidente através da sua atuação nas entidades estudantis que estão a frente, como o DALI, CABCT e no DCE, onde as próprias fotos e resoluções públicas expressam não apenas sua adaptação à estratégia da direção majoritária de apoiar o governo em detrimento de fortalecer as lutas, como diretamente são um obstáculo para se forjar uma unidade entre os cursos e nacionalmente. Vejam que, reunindo as três Assembleias, se tem menos alunos do que a Assembleia de estudantes de RI.

A Assembleia do DCE do dia 27/03 ocorreu 14 dias depois do início da greve dos TAEs na UFABC, que nós da Faísca estivemos apoiando desde que foi deflagrada, e contou com nossa exigência desde o início por uma Assembleia do DCE que contou com passagens em sala e se somou à iniciativa de estudantes com um abaixo assinado. A Assembleia enfim ocorreu, justamente no dia em que estava marcado o primeiro ato do TAEs, uma clara demonstração prática da separação entre a luta dos estudantes e dos trabalhadores. A resolução de um Comitê Unificado de Mobilização para fortalecer a construção de Assembleias de Curso sequer saiu do papel até hoje.

A Assembleia do CABCT (dirigido pelo Correnteza) que ocorreu no dia 05/04, no mesmo dia da Assembleia do CA de Neurociência - colocando os estudantes a ter que optar entre uma e outra, mesmo que estudem em ambos os cursos - conta com fotos auto-explicativas da falta de construção nas bases e as resoluções sequer citam qualquer plano de luta.

Na Assembleia do DALI (também dirigido pelo Correnteza), além do esvaziamento desse espaço, que foi menor do que o tamanho da própria gestão atual, foi chocante a postura do Correnteza em se colocar contra a unidade dos licenciandos com os professores da rede Estadual no Encontro de Professores em defesa dos Categoria O e contra a precarização docente, mesmo que vários já estejam nas salas de aula lidando com a precarização do trabalho. Fruto da batalha da Faísca, se aprovou o chamado ao Encontro, mas não contou com a participação de nenhum militante do Correnteza.

Ainda mais grave é que essas Assembleias tenham ocorrido um dia após a Assembleia dos estudantes de RI e os esforços da atual gestão não tenham sido para cercar de solidariedade esta luta ou aprovar medidas que pudessem contribuir no desenvolvimento dela. Pelo contrário, acabou se privilegiando a propaganda vazia da abertura do curso de Pedagogia, que foi uma demanda do Consórcio Regional do ABC dirigidos pelas prefeituras na sua maioria de extrema-direita, enquanto o próprio curso de História e as demais licenciaturas estão nesse momento sofrendo com os efeitos do Arcabouço Fiscal, da Reforma do Novo Ensino Médio e até mesmo o projeto de terceirização dos interpretes de libras, como denunciou a Gabi, em sua intervenção na Assembleia.

O Juntos! (PSOL) que é parte da atual gestão do DCE, nas Assembleias do DALI, colocou-se criticamente à essa postura do Correnteza, mas tem a contradição de ser base do governo de Frente Ampla Lula-Alckmin, o que impede que tenham uma postura independente e explica o porquê que não rompe com o governo, nem com essa gestão do DCE.

Fortalecer a luta dos estudantes de RI é apontar um caminho contra a precarização de toda UFABC

Nesse sentido, para superar esses entraves para desenvolver uma luta em defesa da UFABC e das federais frente aos ataques colocados pelo governo de frente ampla Lula-Alckmin é preciso ver que a Reitoria busca administrar descarregando nas costas dos docentes com turmas super-lotadas, dos estudantes com a redução da oferta de vagas e a permanência estudantil, e especialmente nos trabalhadores com o reajuste de 0% pros TAEs, ou as péssimas condições de trabalho e ausência de direitos para os trabalhadores terceirizados. É preciso superar essas direções burocráticas da majoritária da UNE (PT, UJS e LPJ) e da "Oposição" que o governo gosta como o Correnteza, retomando os métodos de luta do movimento estudantil e da classe trabalhadora.

Chamamos os CAs, especialmente o de BCH que está diretamente relacionado aos problemas que o curso de R.I. antecipa, a chamar assembleias e seguir o exemplo de R.I. para construirmos uma nova tradição de movimento estudantil na UFABC. Essa é uma questão vital não apenas para evitar que os estudantes de RI fiquem isoladas, e com isso, enfraquecidos para arrancar as suas legítimas reivindicações, mas para impedir com que esses ataques se generalizem e que, na construção dessa unidade entre os cursos e junto aos trabalhadores, possamos desde a base dos cursos da UFABC batalhar por recuperar as entidades estudantis para mão dos estudantes, inclusive exigindo da União Nacional dos Estudantes que rompa com sua subordinação ao governo de Frente Ampla que nos ataca, e seja um ponto de apoio para unificar as universidades com um dia nacional de paralisação dos estudantes que sirva para que os nossos interesses possam triunfar contra os tubarões da educação que tem seus escritórios em Brasília, dentro do MEC, que visam aprofundar ainda mais os ataques.

Chamamos a todes es estudantes que concordam com essas ideias a batalhar junto com a Faísca em cada curso para que saiam as Assembleias de Curso e possamos colocar de pé essa poderosa unidade que é o único caminho que pode garantir a nossa vitória!




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