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19DIAS DE GREVE | A greve petroleira segue forte: podemos vencer, nenhum passo atrás!

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

quarta-feira 19 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Já são 19 dias de greve e ela segue muito forte. São mais de 100 unidades operacionais afetadas, atingindo a produção e os lucros dos acionistas. Todas as refinarias e quase 100% das plataformas estão paralisadas e só funcionam com contingência. É por causa de nossa força que a empresa e o judiciário estão tentando mil e ameaças e manobras para nos tirar da greve.

A consciência de nossa força, de nossas possibilidades mostra que podemos avançar, e não recuar para garantir todos os mil empregos na FAFEN e derrotar a privatização da empresa.

A Petrobras e o Judiciário temem nossa força, temem que aumente o apoio a nossa luta e que nossa vitória inspire os trabalhadores de todo o país na luta contra as demissões, contra as privatizações e a entrega da Petrobras.

A empresa já tentou nos assediar com corte de salários, com corte do direito de férias, já tentou nos amedrontar com a decisão do Ives Gandra declarando ilegal a greve e autorizando Castello Branco a adotar medidas administrativas contra os grevistas. Tentaram comparar fura-greve oferecendo um PPP (popularmente conhecido como “prêmio para pelego”). Nada disso funcionou, seguimos a batalha. De norte a sul e leste a oeste do pais as assembleias e reuniões e piquetes reafirmam a decisão da categoria em manter-se firme buscando a vitória.

É fruto dessa força que o TRT-9 tentou uma sórdida manobra ontem. Ele decretou uma suspensão de 15 dias nas demissões da FAFEN em troca da FUP defender a suspensão da greve. O advogado da FUP na audiência defendeu esse lamentável acordo com a desembargadora dizendo explicitamente que a suspensão não garantia nenhum emprego, que todos estariam demitidos 30, 60 ou 90 dias. No mesmo dia o Ives Gandra chamou a FUP para negociar desde que ela saia da greve.
Ou seja, se de um lado nos ameaçam, de outro querem nos conduzir desarmados a negociações, buscando melhores condições para desativar essa greve histórica e facilitar com isso os planos de demissão e privatização da Petrobras. Ofertam reuniões sem nenhuma garantia e desde que estejamos desorganizados, desmobilizados.

A negociação com o parasita Ives Gandra, que já desde o ACT tentou impedir a mobilização petroleira, não pode nos levar a lugar algum, menos ainda sem greve. A suspensão temporária das demissões – só dos efetivos e deixando de lado os terceirizados – sem nenhuma garantia, por meros 15 dias, só serve para nos desmobilizar, dando uma trégua de duas semanas a Castello Branco e à FAFEN, que executarão as demissões imediatamente ao final do prazo. A desembargadora garantiu a Petrobras o direito dela demitir passados os 15 dias – só ver o vídeo da audiência ou esse comentário a ela e quem pode imaginar que possamos reunir tamanha força como a que temos agora daqui a 15 dias?

Trata-se de uma manobra para enfraquecer os petroleiros e nossa luta, para que estejamos desorganizados quando colocarem as famílias da FAFEN na rua. Diante disso, a FUP (dirigida pelo PT) não apenas não enfrentou essa manobra, como negociou ativamente com o tribunal o fim da greve em troca desses 15 dias, o que não garante nada.

Nossa força e as mil e uma iniciativas que a empresa e a justiça estão tendo para tentar nos quebrar só estão acontecendo graças a força da greve. Com nossa força podemos quebrar a intransigência de Castello Branco, Bolsonaro e da justiça que agem assim porque querem realmente colocar todos trabalhadores de Araucária na rua. Para eles a FAFEN é um experimento preparatório. O objetivo não é só uma fábrica de fertilizantes, são plataformas, campos terrestres, 8 refinarias e dezenas de terminais e oleodutos que estão à venda.

Podemos vencer, e nossa vitória virar uma inspiração para toda a classe trabalhadora. Para vencermos precisamos não cair nessas manobras e armadilhas, garantir que seja a união da base, dos grevistas de cada plataforma, refinaria e terminal em greve que decidam os rumos da greve, em assembleias e criando um Comando Nacional de Greve com representantes de cada unidade. Um comando assim unificaria toda a categoria, para além de FUP e FNP, fortaleceria nossa unidade de ação desde a defesa jurídica a como planejar impactar muito mais a produção e os lucros, a como nos dirigir as grandes centrais sindicais, como a CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB respectivamente, para que organizem urgentes ações contundentes de solidariedade, atos de rua em todas capitais, entre outras ações.

A empresa tem suas “Salas de Guerra”. A greve também precisa ter a sua. Um Comando Nacional de Greve, com representantes de cada local, superando as divisões de federação, dando força e voz aos grevistas, à base.
Nenhum passo atrás! Podemos vencer, podemos garantir todos os mil empregos da FAFEN e podemos avançar para barrar todas privatizações. Nossa vitória será uma vitória para toda a classe trabalhadora e juventude do país




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