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GREVE E OCUPAÇÃO CONTAGEM | A greve e a ocupação continuam enquanto PCdoB atenta contra direitos humanos

Após um mês de greve e várias negativas da prefeitura em negociar com os trabalhadores em greve, mantendo uma proposta de recomposição salarial apenas para 2017, o prefeito Carlin Moura do PCdoB destilou mais ataques e cortou o ponto dos grevistas. Frente a essa situação, a assembleia de hoje manteve-se cheia e votou a continuidade da greve e dezenas de trabalhadoras e trabalhadores da educação e da saúde – também em mobilização em defesa do reajuste salarial – ocuparam a prefeitura.

terça-feira 26 de abril de 2016 | Edição do dia

A intransigência da prefeitura é tão grande que apenas com uma ocupação da prefeitura foi viabilizada uma reunião de negociação em que foi colocado que a desocupação se dará apenas com a revogação do corte de ponto e a recomposição de 5%. A prefeitura sinalizou enviar uma resposta à essa proposta na manhã de terça. A ocupação seguirá até que o acordo seja feito.

Contra o protesto dos educadores, a prefeitura foi fechada pela ordem do PCdoB de Carlim Moura. Os manifestantes ficaram sem comida, água e qualquer pessoa foi impedida de entrar pela Guarda Municipal e Polícia Militar, inclusive trabalhadores da própria prefeitura e pessoas que não faziam parte da manifestação.

Vídeo: Tassia, assistente escolar contratada em greve e Francisco, estudante da Filosofia da UFMG, relatando a repressão da polícia na ocupação

A Guarda Municipal de Carlin e o Choque da Polícia Militar de Pimentel (PT) montaram uma verdadeira operação repressiva em torno dos ocupantes e reprimiram violentamente os manifestantes do lado de fora, batendo com cassetetes e disparando spray de pimenta em uma maioria de mulheres, agredindo inclusive mulheres grávidas.

Ocupados desde as sete horas da manhã, a prefeitura do PCdoB proibiu a entrada de comida e água aos educadores. No momento em que a comida chegou, foi negada a entrada e deram a ordem de que nenhum alimento entraria. Foram feitas várias tentativas de negociação, de dentro e de fora, porém foram irredutíveis e assumiram a postura intransigente de negar comida às pessoas que já estavam há horas sem comer, com mulheres passando mal, mais um verdadeiro ataque não apenas ao movimento, mas aos direitos humanos.

André Marx, professor em greve denunciando a proibição da entrada de comida pela prefeitura de Contagem aos educadores

Os ocupantes também foram isolados com uma corda e uma servidora da prefeitura que tentou passar alguns sucos para os manifestantes também foi reprimida, sendo levada para uma sala com guardas e sua supervisora, um verdadeiro caso de assédio moral. Do lado de fora, foi organizado o fechamento do cruzamento ao lado da prefeitura com o objetivo de somente liberar o trânsito quando a comida fosse liberada aos ocupantes. A manifestação também sofreu ameaça de repressão.

Iaci Maria, estudante da FAE/UFMG e Zuca, estudante do mestrado da PUC Coreu, denunciando a prefeitura de Contagem

O prefeito Carlin assumiu o papel de responsável por reprimir trabalhadoras e trabalhadores da educação e da saúde, mantendo-os por 10 horas sem nenhum acesso à comida, reprimindo violentamente os de fora que denunciavam essa situação e tentavam passar alimentos para os ocupantes!

Apenas após mais de 10 horas sem comida, o secretário da educação Ramon entrou na ocupação levando míseros lanches aos manifestantes como uma clara provocação de seu descaso com os educadores e com a educação na cidade.

Durante a noite e madrugada de segunda muitos apoiadores e figuras da cidade como vereadores, presidentes de partidos, padres passaram pela ocupação buscando mediar um abuso da prefeitura de Contagem contra os educadores. Para amanhã os professores e trabalhadores da educação esperam a resposta da prefeitura e uma reunião entre a comissão de negociação dos grevistas, CUT, CTB e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Flavia Vale, contra o corte de pontos, o ajuste de Carlim e contra o golpe da direita

Enquanto o PCdoB se pinta de esquerda votando “não” ao impeachment no Congresso, a realidade mostra que onde governam o saldo final é corte de pontos, 0% de reajuste para saúde e educação, repressão à mulheres grávidas e ataques aos direitos humanos, obrigando manifestantes a passarem mais de 10 horas sem acesso à comida.

A greve e a ocupação seguem, assim como a vigília do lado de fora da prefeitura. As trabalhadoras e trabalhadores da educação deram hoje mais uma mostra de sua força e são um exemplo de luta para todos os professores de Minas Gerais.

Pammella, estudante da biologia da UFMG e o apoio às professoras belas, ousadas e grevistas




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