×

Assembleia UFABC | “A gente tem que confiar, sem abaixar as nossas bandeiras, na nossa luta, na nossa organização” diz Virgínia Guitzel

Contra os confiscos e cortes bilionários orquestrados pelo governo Bolsonaro na educação, Virgínia Guitzel, estudante da UFABC e militante da Faísca Revolucionária, faz um chamado para que derrotemos o presidente e toda a extrema direita nas ruas com a união de estudantes e trabalhadores!

sexta-feira 14 de outubro de 2022 | Edição do dia

Nesta quinta-feira (13), ocorreu em frente ao prédio Beta no Campus de São Bernardo do Campo, a Assembleia Geral dos Estudantes da UFABC para organizar a luta contra o confisco de 2,4 bilhões feito pelo governo Bolsonaro, que após as manifestações da UFBA e da UFAL teve uma promessa de recuo, mas sem garantias da sua realização. O corte anunciado impacta o orçamento da universidade, colocando em risco questões elementares como o pagamento da energia elétrica, assim como as garantias de permanência estudantil como a questão dos fretados que transportam os alunos de um campus para outro.

A Assembleia Geral contou com a participação de 200 estudantes, com representações dos professores, dos técnicos administrativos, das entidades representativas dos cursos de formação específica. Após a fala de todas as entidades presentes, foi aberto 5 falas de 2 minutos para os estudantes poderem se expressar. Virgínia Guitzel, ingressante pelas cotas trans no BCH e militante da Faísca Revolucionária e do Esquerda Diário fez a primeira intervenção, já questionando o caráter antidemocrático de uma Assembleia Geral onde os estudantes não eram parte ativa de debater a situação nacional do país e propor como organizar a luta.

“Eu queria que cada entidade que está aqui pudesse se comprometer a construir em cada curso assembleias de base para gente chegar nos estudantes”

Como parte da batalha nacional que a Faísca Revolucionária vem dando em cada universidade como na USP, UNICAMP, UFMG, UFRGS, UFRN, Virgínia denunciou frontalmente essa extrema direita asquerosa que demonstrou sua força no 1 turno das eleições com figuras como Damares Alves, Ricardo Salles, Mourão, Moro e um longa lista de inimigos das mulheres, das LGBTs, dos indígenas, da população negra e quilombola que durante 4 anos buscaram atacar cada um destes setores, além do brutal confisco e dos cortes à educação que vem se acumulando desde o Teto de Gastos do golpista Temer. Por isso, Virgínia chamou os estudantes a confiarem nas suas próprias forças e fazendo um chamado as entidades que estavam presentes na Assembleia Geral a construirem assembleias por curso, permitindo com que os estudantes efetivamente possam se expressar e tomar em suas mãos o destino da mobilização, onde se concentra a verdadeira força que pode derrotar cada um dos ataques e também essa extrema direita nojenta.

Nós da Faísca Revolucionária apostamos nas Assembleias como uma ferramenta de auto-organização, pois é através delas que podemos estruturar um movimento amplamente democrático, ouvindo a maioria que sempre é silenciada dentro da estrutura de poder da universidade com baixíssima representatividade nos Conselhos Deliberativos, além de que é justamente nestes espaços onde se pode articular uma unificação das pautas mais sentidas e mais imediatas dos estudantes com os problemas nacionais. Um exemplo disso é as recentes denúncias de um aumento exponencial de assaltos nos entornos da UFABC, divulgado até mesmo pela Globo, o que sem uma ampla discussão à respeito deste problema, foi organizado através do DCE - Gestão Tudo que nois tem é nois junto a Reitoria e alguns parlamentares da região,inclusive do PSOL a exigência de policiamento ao redor da universidade. O sentimento legítimo dos estudantes de insegurança e medo com a falta de segurança levado por este caminho institucional em uma aliança entre a nossa entidade representativa com o poder da Reitoria na universidade mascara o centro do problema: os cortes no orçamento das universidades que vieram se acumulando desde o governo Dilma, tendo um aprofundamento com o Teto de Gastos do golpista Temer e um ataque frontal nos 4 anos de Bolsonaro, que levaram à uma redução das frotas dos fretados, a proibição da ida em pé com a mudança da empresa, assim como das paradas e embarque nos terminais em todos os horários. Ou seja, é um resultado da terceirização deste serviço e do corte de verbas que precarizou ainda mais essa demanda fundamental de assistência e permanência estudantil.

Por isso, nós da Faísca chamados a todos os estudantes a lutar conosco:

Foi aprovado na Assembleia Geral a Paralisação dos estudantes da UFABC e a nossa ida no ato nacional dia 18 de Outubro convocado pela União Nacional dos Estudantes, a participação junto aos professores e TAs num ato regional na Av dos Estados no mesmo dia mais cedo e também a Conformação de um Comitê Antifascista.

Nós da Faísca Revolucionária votamos junto aos estudantes a participação nos atos dia 18 pra lutar pela revogação integral de todos os cortes e contra a extrema direita. Mas como interveio nossa companheira Jenifer Tristan, estudante da LCNE, nós estamos lado a lado com cada estudante que quer enfrentar Bolsonaro nas urnas e nas ruas, rechaçando essa extrema direita votando em Lula ou nulo, mas como viemos intervindo em todo o país, não podemos fechar os olhos para a conciliação de classe que se expressa na chapa Lula-Alckmin e que foi justamente o caminho que fortaleceu a extrema direita no nosso país, que por outro lado, também demostrou a sua fragilidade com a expressiva votação no 1 turno. Por isso, reafirmamos o nosso compromisso com construir essa luta comum, mas sem acompanhar o voto numa chapa que cada vez mais demonstra seu curso a direita.

Veja as resoluções da Assembleia na página do DCE:




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias