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PARALISAÇÃO DE ENTREGADORES | “A fome é uma lingua que todo mundo entende” – a luta dos entregadores de app

Dia 1 de julho está sendo convocada uma paralisação internacional dos entregadores de app, esse setor ultra precarizado tem sentido com força a situação de crise provocada pelo coronavírus e agravada pelo capitalismo.

segunda-feira 22 de junho de 2020 | Edição do dia

A frase do entregador expressa a situação da maioria da classe trabalhadora, que pela necessidade da subsistência se submete a níveis extremos de exploração para conseguir o pão de cada dia, e as vezes nem isso. Em manifestação na paulista ao receberem uma abordagem da polícia e exporem suas condições de exploração recebem a resposta: ta passando fome procura outro emprego. Isso em meio a pandemia e com um mundo do trabalho cada vez mais opressivo e explorador.

Mundialmente os entregadores de app tem se organizado contra a situação ultra pecaria de seus trabalhos. Aqui no Brasil os dados são absurdos. Além de receberem valores muito baixos para cada entrega, de 4 a 10 reais, trabalham extenuantes horas, isso por que para ter um bom salário precisam fazer muitas entregas, por conta dos valores irrisórios de cada entrega. Além disso expõem diariamente suas vidas, para além dos riscos de contágio da COVID-19 e no transito, onde são obrigados a correr contra o tempo para fazer as entregas na hora e para fazer mais e mais entregas em busca do pão de cada dia.

Relatos de entregadores colocam a dificuldade diária de lidar com as políticas dos app de entrega, que para além de chamarem de empreendedor o trabalhador, não oferecem nenhum tipo de suporte a esses trabalhadores. Caso sofram algum acidente não tem auxílio da empresa, nem para cuidar de suas saúdes nem com os reparos de suas motos e bicicletas.

Enquanto as empresas se preocupam em manter-se funcionando, como por exemplo o Ifood que disponibilizou 50 milhões para os restaurantes, enquanto gerou um fundo de 2 milhões para os entregadores, os trabalhadores seguem com diversas dificuldades. Desses 2 milhões, 1 é destinado a trabalhadores que comprovem ser do grupo de risco e 1 para os trabalhadores infectados. Segundo Hruby, CEO da Movile empresa dona do Ifood, nenhum trabalhador da empresa havia sido infectado. Esse dado parece muito duvidoso, em primeiro lugar porque são os entregadores que levam o alimento e muitas outras coisas às pessoas isoladas, em segundo porque a falta de teste deixa muito difícil saber quem realmente está com COVID.

A situação dos entregadores mostra uma das faces mais nefastas da exploração, o trabalho sem direitos, mascarado de empreendedorismo, que rouba a vida de jovens em sua maioria negros. Na crise que vivemos, tanto sanitária, quanto econômica e politica, tem levado essa exploração a seus limites.

A luta dos entregadores de app, tem que ser exemplo para todos os setores explorados, assim como desencadear toda uma rede de apoio. A luta dos entregadores é a luta de toda a classe trabalhadora. Nós do Esquerda Diário prestamos total apoio a luta dos entregadores de app e nos colocamos a construir a paralisação do dia 1 de julho pelos direitos dos entregadores, contra as MPs que retiram direitos, pelo fora Bolsonaro, Mourão e militares. Sem nenhuma confiança nos governadores e no STF. Pela auto organização dos trabalhadores que através da luta imponham uma assembleia constituinte livre e soberana que mude as regras do jogo e não apenas os jogadores.

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