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A farsa de Ciro como oposição a Bolsonaro: "Sou obrigado a desejar que dê tudo certo"

sexta-feira 9 de novembro de 2018 | Edição do dia

Ciro Gomes dará uma entrevista no dia de hoje ao programa de Roberto D’Ávila na Globonews, e segundo antecipou o colunista do Globo Ancelmo Góis pelas declarações do pedetista, o ex-candidato seguirá na sua atual trajetória de bater no PT e aliviar para a extrema direita. Entretanto, tão pouco o próprio PT se enfrenta seriamente com a extrema direita, sua estratégia meramente eleitoral foi impotente pra frea-la, Ciro Gomes propõe aguardar até 2022 e no momento deseja "um bom trabalho" ao reacionário Bolsonaro - imitando a declaração de Haddad.

Pelas declarações antecipadas pelo colunista, Ciro declarou que: "Mágoa não é um sentimento que vale para a política. Mas o Lula criou o ‘nós e eles’. Eu sou o eles". A declaração mostra o oportunismo eleitoral de Ciro que antes da confirmação de Haddad como substituto ao ex-presidente buscou de todos modos costurar a aliança com o PT, mas agora desejando disputar a liderança do campo progressista contra Bolsonaro se volta em primeiro lugar contra o partido de Lula.

Outra afirmação antecipada de Ciro foi o desejo de "boa sorte" ao presidente eleito: "ele é o piloto do avião em que todos estamos como passageiros. Sou obrigado a desejar que dê tudo certo". Fazendo coro com o próprio eleitorado bolsonarista que diz que criticar o futuro governo bolsonarista é só ressentimento eleitoral, Ciro deseja o sucesso a um programa de governo que só prevê ataques duros aos trabalhadores, como a reforma da previdência e a privatização geral das estatais. O que não é de causar surpresa, pois ao seu modo o próprio Ciro defendia a necessidade da reforma da previdência e cogitava privatizações.

Após muita verborragia durante o primeiro turno, quando Ciro buscava aparecer como o candidato mais viável para derrotar Bolsonaro, o qual chamava de "um projeto de Hitler tropical mal preparado", Ciro surpreendeu a todos se ausentando durante todo o segundo turno indo passar férias na Europa e depois se negando a declarar apoio ao PT mesmo frente ao discurso fascistizante de Bolsonaro.

Ciro e o PT se enfrentam pela liderança do campo progressista contra Bolsonaro e têm cada um suas próprias tentativas de articulação de frentes parlamentares, o PT com o PSOL à reboque, e Ciro com o projeto de uma frente ainda mais diluída incluindo PSB, PSDB, PPS e DEM. Mas como demonstrou o resultado das eleições, nenhum dos dois projetos de frentes parlamentares ou outras alternativas institucionais são suficientes para derrotar o avanço da agenda golpista revestida agora pelo autoritarismo de Bolsonaro. A força dos trabalhadores em aliança com a juventude é a única que pode fazer uma oposição consequente ao projeto escravista do presidente eleito. Para que essa força seja significativa, é preciso desde já que sejam construídos pela base comitês em cada local de trabalho e estudo, cobrando da CUT, da CTB e e de todos os sindicatos, para além das entidades estudantis, um ofensivo plano de lutas para que sejam os capitalistas que paguem pela crise que eles próprios criaram.




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