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JUVENTUDE NA IV INTERNACIONAL | A atualidade da ’Resolução Sobre a Juventude’, escrita na fundação da IV Internacional

"A renovação do movimento faz-se pela juventude, livre de toda a responsabilidade do passado". Já dizia o revolucionário russo Leon Trotsky no Manifesto Programático da Quarta Internacional.

quarta-feira 19 de outubro de 2016 | Edição do dia

Essa frase tem muito significado em um momento que muitos falam em reorganizar a esquerda e, desde junho de 2013 a juventude têm se colocando na primeira linha das lutas no país, agora com a histórica onda de ocupações de escolas no Paraná e em outros estados do Brasil.

Num contexto mundial das maiores derrotas do proletariado na história, a grande missão dos revolucionários trotskistas perseguidos pela burocracia de Stalin, era por de pé um programa que resgatasse o legado da Revolução de outubro de 1917 e dos Bolcheviques, capaz de restaurar a esperança dos setores mais precarizados da sociedade num horizonte livre de exploração e opressão.

Foi nessa perspectiva que em setembro de 1938 ocorreu a Conferência Mundial de Juventude da Quarta Internacional, com a presença de 19 delegados representando 7 países (França, Estados Unidos, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Áustria e Polônia), onde foi construída a Resolução Sobre a Juventude.

Com os números de desempregados entre a juventude nas alturas hoje; ela coloca já naquele período que os jovens querem trabalhar mas são privados disso pelos capitalistas, ou quando o conseguem, esse trabalho se dá em condições de miséria, apenas observando a produção esvair de suas mãos.

Ou também sobre nosso direito a educação e uma perspectiva à vida: "Os jovens querem aprender, mas o caminho a cultura está barrado para eles. Os jovens querem viver, e o único futuro oferecido a eles é aquele da morte por fome ou por apodrecimento no arame farpado de uma nova guerra imperialista. Os jovens querem criar um mundo novo, e eles são permitidos apenas a manter ou a consolidar um mundo em apodrecimento que está caindo aos pedaços. Os jovens querem saber como o amanhã será...".

A Resolução defendia reivindicações atuais e concretas da vida da juventude trabalhadora. Como a redução da jornada de trabalho dos jovens para que pudessem estudar e ter lazer; a proibição do trabalho noturno e precário; igualdade de direitos na legislação social, etc.

Punha de pé exigências imediatas como "Abram as escolas e universidades!", colocando que todo jovem deve ter acesso irrestrito à educação e conhecimento, assim como o conjunto dos trabalhadores.

"Precisamos ter direito a felicidade!" - ressaltava mais adiante. Defendendo que toda a juventude tivesse livre acesso aos campos de esporte, museus, teatros, bibliotecas e cinemas.

Mesmo quase 80 anos depois da fundação da IV Internacional e da construção das resoluções sobre a juventude, são atuais como se nascidas hoje, em plena crise mundial do capitalismo. Momento em que a juventude é obrigada pela burguesia a arcar com uma crise gerada pelos poderosos, com desemprego, educação precária e negação de cultura. Por isso mesmo ela se levanta nos cantos do mundo, seja na França, no Chile ou no Brasil, para gritar que não deve nada ao capitalismo.

Mas, como ressalta Trotsky, "a juventude irá marchar sob a bandeira daqueles que a trouxerem um futuro". É preciso que os jovens se apropriem, junto a classe trabalhadora, de um programa revolucionário que apresente as soluções concretas não só para os problemas mais latentes imediatos, mas também pensando no horizonte da humanidade.


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